terça-feira, 10 de novembro de 2009

Tá tudo tão puro e verdadeiro agora

>
Não tinha como esperar muita coisa da Costa do Sauípe. Tu embarcou num astral nada legal e só via seus amigos de sempre. Era um grupo fechado com uma dezena de pessoas que iriam se divertir bastante. Mas você não só queria como precisava de mais. Era necessária atitude para mudar alguma coisa. Mas tu estava tão esgotado da vida que não achava que iria ter força para fazer isso acontecer. E a chegada na escola foi triunfal... com uma batida de cabeça na porta do ônibus. Mas ao ver a sua mãe ficando e tu indo prum destino desconhecido tu se animou minimamente.
.
Aeroporto. Check-in é algo sempre chato... isso não muda. Quando tu decide ir pra Casa do Pão de Queijo com o monitor desconhecido tu também se animou minimamente ao ver que tu ia conseguindo se enturmar aos poucos. Descobre detalhes da equipe de monitores. Gosta deles. A supervisora era gente fina e um de seus comandados idem. No embarque e no avião vai falando com um grupinho... com outro... com mais um. Nada demais ainda. Mas já era algo.
.
Duas horas. O Preto do meu lado andando de avião pela primeira vez e perguntando algumas coisas. Ele dorme. Chega-se na Bahia. As portas se abrem e tu deseja que elas se fechem. O calor da terra do axé é algo indescritível. O bafo quente tomou conta do aeroplano instantaneamente e fez até o mais friorento tirar a blusa que usava. As primeiras impressões baianas são ruins. O aeroporto em sua parte de fora é feio. Mas o interior é aconchegante. Voc~e tira a mala e descobre que estava no mesmo vôo do Xanddy. Grande acaso de nenhum valor. Mas que não deixa de ser engraçado. Entrando no ônibus começa a conhecer mais intimamente os seus colegas de viagem. Sabe o nome de todos... um por um. Todos parecem ser incrivelmente superiores a você. Os monitos são animadíssimos. E com todo respeito... a Glorinha é chata pra caralho.
.
Vai passando o bambuzal. Cai-se na estrada. Salvador Camaçari e algumas vilas. A areia de Tieta à esquerda. A mudança do hotel mais aconchegante pro maior e melhor. Todos vão chegando pra reunião formal. Palavras paternas. Não exagerem em nada e have fun com a Trip Fun. Vamos todos tirar os quartos. O 392 ficaria aonde... ? Lá no fim do andar. No último anexo. Nem ligamos pra isso. Já víamos o que nos aguardava na hora do almoço. Uma comida requintada demais porém deliciosa. Tudo isso com vista pra piscina.
.
Todo mundo se trocando. Perder tempo na Costa do Sauípe não dá. Primeira tarde já teve a praia particular. Duas horas no mar e com a monitora se mostrando uma figura boa de papo e de foto. O intervalo pra se arrumar e o jantar no restaurante japonês. Se tu não gostava de comida nipônica ao menos aprendeu a gostar das carnes servidas em ambientes assim. Falavam duma tal de Vila da Praia onde aconteciam algumas baladas. E no caminho aprendemos uma música dum tal de limãozinho. Tudo estava meio escuro tal qual a noite do Sauípe que a lua tentava clarear mas não conseguia. Na tal Vila um show de sincretismo religioso lindo e muitas fotos de todo aquele espetáculo. Mas a que entraria pra história foi a tua com o monitor.
.
E logo na primeira noite tu ia ver que essa viagem não seria com uma dezena de pessoas. E sim com todo mundo realmente. O jogo passava e tu ia trocando várias ideias sobre futebol com quem sabia que gostava disso mas nunca havia trocado sabe-se lá por que. Falava também com o mais próximo da turma que bebia bebia e não ficava mal. E ria daquele que já chegou alterado. Roludo ! Boludo ! Sacudo ! Pirocudo ! Baleia Branca ! Dobo não fez só isso. Fez algo melhor. Duas vezes. Com duas meninas diferentes. Incluindo uma que já tinha feito com outro. Logo na primeira noite tudo ia se complicando. Pra ti a noite acabou com uma pequena discussão de terceiros. Pra eles durou muito mais. E por causa disso tu não pode curtir tão mais toda a viagem.
.
Segundo dia começando chuvoso. Pergunto à Alininha se iríamos pra Praia do Forte mesmo assim. Dúvida. Fomos. Partindo com meia hora de atraso apenas para lembrar-mos que estávamos na Bahia. Projeto Tamar água comprada e monitores na vitrine. E tu começa então a conhecer o povo das demais escolas. Feio e Andrei vieram falar comigo nesses dias e se tornaram agradáveis companhias. Por mais que tu tenha dormido a tarde nesse dia tu achou alguém para conversar. Muita gente na piscina. E o desafio do David caiu bem. Meia hora passava e o relógio marcava apenas 5 minutos. A Bahia era encantadoramente lerda.
.
Mais Vila e mais Tequila. No meu caso era só o lugar da balada. No de uma amiga era o combustível da noite a bebida baiano-mexicana. Tu se senta na mesma mesa dos que sempre admirou mas nunca havia conversado. Eles se revelam boas pessoas. Receptivas. Era a Bahia... ? Só sei que tudo estava mravilhoso. A noite terminou mais tarde. Meia-noite. Tarde ? Espere pra ver o que virá.
.
Foi estranho num primeiro momento acordar e não ter que fazer nenhum passeio. Mais estranho ainda era acordar com o telefonema da sua orientadora sem nenhuma bronca. Simpaticamente ela falava pra tomar insulina e o café. Sua mãe nas raras ligações que conseguiu completar ( ou que tu atendeu ) fazia o mesmo. Volta a dormir pra acordar sem ninguém no quarto. Passa o protetor e espera o Polido pra passar nas costas. Ato gay mas necessário prum semi-albino. Vai passando o dia fazendo de tudo um pouco. O toque de recolher era as 6 e meia. Era o tempo pra tomar banho e ir jantar. As 22 horas todos partiríamos pra primeira micareta do Sauípe Fest. E tu já entrosado com grande parte da turma. Faltavam aquelas 3 meninas que pareciam ser simpáticas mas que faltava um papo.
.
Junto com o David apareceu tal papo. E a companhia Foi agradabilíssima por aquela noite. Quando teu amigo se aproveita da situação tu vê que é um mané. Mas nem liga pra isso. Alexandre Peixe só empolgou nos covers. Mas ele cantou das músicas mais lembradas. Dono da obra-prima que pergunta se a gatinha gosta mais de Red Label ou Ice. Nem ficamos pro show da Negra Cor por um erro de comunicação. Sem problemas. Nessa madrugada conheci uma das melhores pessoas da viagem. E acreditem que isso é um baita elogio. Grande Rafael Molina dos sete pontos. E quando o conheci ele somava apenas dois. Foi o meu primeiro nascer do Sol. Visto só do lobby do hotel. Foi a noite na qual fomos acordar o Andrei no quarto do Feio. Uma grande noite.
.
Acordar as 7 da manhã não foi possível no sábado. A Marcinha acordou o Polido. " Willian... sete e dez ". " Tá. " E tu vira pro lado dormindo novamente. Naquele dia a manhã começou as 9 e meia. Tu se sentia o verdadeiro bagaço e ainda cochilou mais um pouco. Almoçou cedo e foi até a pedra da praia. Tirar fotos e ver a onda quebrando. Sensação maravilhosa. Nessa tarde entra em cena a figura mais polêmica da viagem e que sequer fazia parte do grupo. Um ex-BBB que encheu o saco de todos.
.
Leonardo do quarto branco... quem se lembraria dessa criatura ? Ele apareceu com a Michelle também ex-BBB 8. Nada fez e atrapalhou a todos no hotel. Se juntou a duas amigas do Renan e a alguns caras da Trip. Enquanto as meninas iam tirar fotos com ele o cidadão aprontava com pessoas do grupo. E teve mais que falarei depois.
.
Era a segunda noite de shows. Por uma confusão total de horários chegamos no meio do show do Timbalada. Infelizmente. Um shows divino. Percussão incrível. Eu e Acácio tínhamos um brilho nos olhos estupendo. Sem maiores músicas de sucesso e com um ou outro hit o show fora tranquilo e empolgante. O público explodiu mesmo com a música que embalou toda a viagem. " Cachaça " era o nome de tal canção. Com um bom tempo de intervalo entra Cláudia Leitte. Com seu micro shortinho branco e suas músicas conhecidíssimas. O show desapontou um pouco quanto mais chegava perto do fim graças ao repertório não condizente com a cantora e a vulgaridade de alguns atos dela. Voltamos pro hotel 4 da manhã. E com todos empolgados foi fácil juntar 20 cabeças pra ver o nascer do Sol. Dessa vez na praia.
.
Ainda no pique tu acordou facilmente. Dessa vez sim as 7 da manhã. Ainda viu do corredor do terceiro andar uma galera que emendou a madrugada com o café. Isso não é pra ti. Dormiu novamente e acordou pra hora do almoço. Quando a sina dos domingos chatos iria se repetir até na Costa do Sauípe toca o telefone. David e Mansour me chamando pra ver o clássico no quarto deles junto com o Dan e o Dobo. Convite aceito na hora. Experiência muito agradável com risos e comemoração dos dois gols corinthianos. No fim do jogo a Yasmin apareceu e deu sorte ao Palestra ainda. Já era tempo de voltar ao quarto tomar seu banho e entar ficar bonito para a última noite de shows.
.
Ainda houve tempo prum esquenta do esquenta no quarto do Dan e do Dobo. Todos descendo. O show do Rappa começava mais cedo. Encontramos lá as meninas que nos convidaram pra ir á Vila. Convite novamente aceito. E lá fomos em comboio. O Rappa realmente estava a fim de empolgar. Conseguiu isso facilmente com suas músicas e seu estilo peculiar. O único porém foi o cheiro de maconha que subia a cada música. Ossos do ofício. E acredite... o melhor ainda estava por vir.
.
Chame de último show ou de saideira. Mas o Jammil e uma Noites foi sim o melhor show do Sauípe Fest. Covers músicas de sucesso e desconhecidas na medida certa. E todo mundo até o fim do show presente. Terminado o espetáculo todos estavam acabados. Muitos dormiram no hall do hotel querendo ver o nascer do Sol. Prometi acordar todos. Vi o Feio de barriga pra cima a Tânia estatelada no sofá e a Bia dormindo tal qual um casulo toda desajeitada na cadeira. Todos acordaram e vimos o tal nascer do Sol. Um papo esperto com o Dan e um abraço no mesmo e na Tânia fechou o domingo.
.
Agora mais do que não ter nada de manhã não tínhamos nada a noite. Bateu um certo desânimo de manhã com o Sol escaldante e a toalha no dorso pra não se queimar. De tarde fomos alugar um carrinho de golfe para entrar dentro do complexo. Maas... surpresa. Era necessário ser maior e CNH. Acabei trocando ideia no deck da piscina e mexendo o balaio e o mingau mesmo. Num desencontro ainda maior que o normal acabei jantando com a Marjory a Cláudia e a Ellen do quarto ao lado. O luau um tanto quanto desanimado acabou e a Tequila não abria. O que parecia ser uma noite perdida teria capítulos empolgantes de madrugada.
.
Não sei por que não dormi. Mas no lobby fiquei. Do nada vejo a Nathy desesperada indo pra lá e cá. Fiquei sem entender mas sabia que lá tinha algo. Depois o Mansour me explicou. Algo muito pesado e que não precisa ser contado aos 4 ventos. Mas que claaro envolvia o ex-BBB e seus amiguinhos metidos à besta. Preferi ir ver o Sol nascendo que entrar na pilha. Antes ainda deu tempo de fazer o Fabinho cantar Oasis. Quem diria.
.
Graças a noite miada todo mundo acordou com ânimo pro último dia inteiramente no Sauípe. Piscina desde cedo com Sol animação e cerveja. Dia sobretudo de jogar bola. Não sei por que riram tanto dos meus berros na zaga se praticamente ninguém voltava pra zaga. Eu só quero vencer. Treino é jogo e jogo é guerra. E pra fechar a última noite no resort teve a tradicional janta do trocado. É impossível usar o que as mulheres usam com tudo tão colado. E as roupas do Polido e do Fabinho estavam incrivelmente bizarras. Destaque também pro cabelo ora Sonic ora Negra Li do Gabriel.
.
Não vi o Sol nascendo. Iríamos acordar cedo no dia seguinte. O tempo que lá fiquei tive vontade de abraçar todos pausadamente e falar o quanto eles foram importantes nessa semana. Me contive. Ainda tirei fôlego sabe-se lá da onde para começar a arrumar a mala. Ação que foi terminada no inglório horário das 6 da manhã. Arrumei tempo ainda pra tomar café e insulina. Mesmo assim fui dos primeiros a ficar pronto. Salvador nos esperava.
.
O reencontro com Glorinha foi complicado. A mulher não parava de falar e tudo que eu queria era dormir. Do pouco que abstrai de tanto tititi foi o fato dos ambulantes soteropolitanos serem iguais formigas ao ver turistas. E era bem assime mesmo. Mal descíamos do ônibus éramos abordados por um emaranhado de pessoas vendendo quinquilharias das mais variadas espécies. A primeira parada foi ao Farol da Barra. Depois passamos pela Ondina e subimos à Cidade Alta. Me chamou a atenção o bairro do Campo Grande muito bonito e com a residência de Ivete Sangalo.
.
Tive o imenso prazer de ir ao Pelourinho. Entendi por que tal lugar é tão exaltado por tudo e todos. De uma beleza inigualável. Passar em frente a Casa do Olodum foi uma experiência imensurável. Tivemos tempo ainda de descer o Elevador Lacerda e comprar lembranças no Mercado Modelo. Lá aproveitei e fiz um dread por pura diversão. Encerrando o city tour pela capital baiana comemos numa churrascaria defronte a praia da Amaraldina. Um cochilo no ônibus e acordo já no belo bambuzal do aeroporto Luís Eduardo Magalhães. Bonito mas que não gostaria de ver. O sentimento de não querer descer do ônibus e não querer entrar no aeroporto tomava conta de mim.
.
Não teve jeito. Embarcamos rapidamente. No avião que fazia uma trajetória diferente da ida falei com uma das poucas pessoas que não havia conversado direito na viagem. A Thaiane me contou sua história na viagem e alguma parte dos antecedentes. Opiniões e a companhia amigável que fecharam a viagem com chave de ouro literalmente. Já em Guarulhos todos se abraçaram. Gostaria de falar o quanto eles fizeram da minha semana a mais feliz de toda a minha vida. Novamente me contive. Mas no sorriso dado a cada um no fim do ato isso estava implicíto.
.
Amizades verdadeiras e já revistas. A certeza que de fato a Bahia é aqui. E mesmo aqui sendo ela jamais sairá de mim.
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário :