quarta-feira, 6 de maio de 2009

O futebol agradece à Espanha.

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Como bom descendente de português, não gosto de elogiar nada que venha da Espanha. A rivalidade ibérica é forte. Recentemente, porém e ao menos no futebol, o outro país da península vem dando um show. Em 2008, na Eurocopa, a chamada Fúria deu show em todos os sentidos. Seu futebol ofensivo encantou a todos. David Villa, El Niño Torres e cia. limitada jogaram por música. A seleção espanhola, aliás, se apresenta como uma das principais candidatas ao título da Copa do Mundo de 2010. Título aliás que nunca conquistou. É esperar pra ver. Mas hoje, um time da Espanha nos fez de novo suspirar.
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Chelsea e Barcelona definiriam sua sorte nas semifinais da Champions League em Londres. O primeiro jogo, na Catalunha, foi 0x0. Empate com gols era do Barça, quem ganhasse avançaria. Parecia outro jogo no Camp Nou. O Barcelona era o time mais interessado no jogo, que partia pra frente e atacava. Até que aos 9 minutos Essien marca um golaço na sobra de bola de seu companheiro Frank Lampard. Estava dando Chelsea. Algo mudaria ?
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Não. O Barcelona não sentiu o gol e continuava com maior posse de bola. Aliás, 61% da posse de bola em 45 minutos é uma enorme diferença. Faltava ao time catalão a finalização. Eto'o e Messi não estavam inspirados. Veio o segundo tempo. O Chelsea criava, ao contrário da primeira metade do jogo, boas chances. Pra melhorar pro lado dos Blues, Abidal foi expulso com 20 minutos.  
O Chelsea poderia massacrar agora, já que estava melhor. Mas o futebol não é uma ciência exata. Graças a Deus.
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Com a necessidade do resultado, o Barça ia pra cima. Desajeitadamente, no desespero. Mas ia. De longe um time muito mais aguerrido que seu oponente. Merecia o empate. Impossível ? Não. O Barcelona, time mais popular da Espanha, honrou sua história de luta contra ditaduras militares e de sua torcida e buscou o resultado. Messi aproveitou o erro da zaga do Chelsea e rolou na meia-lua pra Iniesta dar um lindo chute, aos 49 minutos do segundo tempo. Indefensável. A moda havia ruído. O povo e a tradição estariam novamente na final. 
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Mas não teria graça sem certos fatos acontecidos no jogo. Aqui falo do por que temos muito o que agradecer aos espanhóis. Cinco minutos antes do jogo acabar, num raro momento no futebol hoje em dia, o técnico do time catalão, Josep Guardiola, deu uma braço no holandês Guus Riddink, comandante do Chelsea. Cena de rara beleza, tradução do que significa o hoje tão defendido Fair Play. Aliás, Pepe Guardiola é o responsável maior por juntar os cacos de um time rachado que já havia tido anos brilhantes anteriormente e montar o time que melhor apresenta o futebol como espetáculo, disparadamente. 
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Mais do que tudo isso, devemos ao Barcelona a façanha e a honra de tirar os ingleses da Champions League. Havia 3 anos que os gigantes ingleses ( Manchester United, Chelsea e Liverpool. ) não eram eliminados por times de fora de seu próprio país. O tão chato futebol bretão, de ligação direta e sem grandes emoções, encontrará uma antítese na final. E que dê Barcelona.
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Obrigado. Dia 27 de Maio terei um programa imperdível, a final da Champions League. E o final da moda de Cristiano Ronaldo.
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