O debate da Record, realizado ontem, ficou abaixo da expectativa. Não só graças ao lenga-lenga costumeiro dos políticos, mas também tratando-se da audiência. O embate teve média inferior a dois pontos, ficando em quarto lugar no ranking nacional.
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Para uma emissora que gasta - e lucra - alto, foi uma tragédia. Acostumada até a incomodar a Globo em certos horários, a TV dos bispos ficou átras do SBT e da RedeTV!. Um verdadeiro fiasco.
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O fato levanta duas discussões: a rejeição do povo para com a política em si e a falta de vontade em votar. A primeira constatação é mais grave, pois mais que não ver o debate e não se animar em decidir o futuro do país, o telespectador deixa de assistir o canal que normalmente vê graças a algo que interessa somente a ele, em tese. Ademais, está tudo interligado: sem um candidato disposto a fazer algo diferente ( ou uma máquina de votos, como Lula ), vota-se por obrigação, e não pelo futuro.
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Isso suscita a indagação sobre o voto obrigatório. Seria ele necessário ? Pessoas de todas as classes sociais não votariam se pudessem, independente de seus estudos e/ou cultura. Num primeiro momento, poucos votariam, mas ao ver uma classe social ou um grupo desprivilegiado, tais pessoas voltariam a votar, forçando seus opositores a irem às urnas para garantir seu governante. Isso, claro, considerando a lógica, mesmo ela não se fazendo presente num país onde vemos polítiocos acima de qualquer lei e o povo nada fazendo para mudar isso.
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Exigir mudanças nos engravatados só será possível quando os eleitores tomarem consciência de sua importância. E quando eles perceberem que o engravatado também vota.