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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A Globo e os nomes privados

Para ~você que se liga na Globo~ (como diz o locutor Cléber Machado), tivemos hoje a decisão do Torneio de Manaus e um amistoso do Palmeiras contra o RB Brasil. Seria perfeito se fosse assim, mas não é. ~Você que se liga na Globo~ (e no SporTV também, já que é um canal das Organizações Globo) teve um erro grave de informação. Aliás, você vive convivendo com esses erros. 
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Não existe nenhum Torneio de Manaus, ao menos em 2015. O que existiu foi o Super Series, triangular amistoso disputado por São Paulo, Vasco e Flamengo e vencido pelo último. Assim como não existe nenhum RB Brasil: o que existe é o Red Bull Brasil, time fundado e mantido pela empresa austríaca aqui no Brasil, cujo time joga em Campinas. 
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A diferença pode ser pouca ou até mesmo irrelevante para você, mas é imensa para quem investe no esporte. Não ter o seu nome falado na transmissão afasta qualquer patrocinador ou parceiro possível. E isso vira uma bola de neve: sem dinheiro para ser bancado qualquer clube fecha, o que afeta o esporte e assim sucessivamente. Não tem ninguém que saia ganhando nessa história toda. 
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A Globo tem, por regra interna, nunca falar nomes de entidades privadas em suas transmissões. Não sei porquê ela existe (embora já tenha pesquisado algumas vezes), mas simplesmente funciona assim - infelizmente, aliás. 
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A regra é tão irracional que, muitas vezes, a Globo opta por dar um tiro no próprio pé que rever sua norma sem pé nem cabeça. Os exemplos mais claros são as Superligas masculina e feminina de vôlei, o Novo Basquete Brasil (NBB) e a Liga de Basquete Feminino (LBF), mantidas pelas próprias Organizações Globo. Como os clubes estão falidos há tempos (em parte por culpa também da Globo, mas o problema aqui é muito maior), quem costuma bancar essas equipes são empresas privadas. Hoje, a raridade é ver um time sem apoio de uma empresa em seu próprio nome - como "Winner/Limeira" ou "Unilever/Rio". 
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A Globo, então, cita apenas o nome da cidade - Limeira, Rio de Janeiro ou qual quer que seja. No vôlei, esporte no qual é ainda mais comum times apenas com o nome de patrocinadores, a situação é ainda mais crítica para as empresas que mantém os times - isso explica a rotatividade das empresas, das jogadoras e, infelizmente, o fechamento repentino de tantos times outrora vencedores. 
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Mas não é só nesses esportes que a Globo prejudica. Na F1, a Red Bull Racing é a RBR. A final da Champions League 2011-2012 não foi na Allianz Arena, mas sim na Arena de Munique - assim como o novo estádio do Palmeiras não é o Allianz Parque, é a Arena Palestra. É ridículo. 
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Segundo a diretoria do Corinthians, um dos motivos pelos quais o clube atravessa uma crise financeira é o fato de não ter conseguido encontrar uma empresa para colocar os naming rights na Arena Corinthians. Andréz Sanchez, antigo mandatário do estádio, sempre colocou a culpa por isso na mídia. Embora ele também tenha seu quinhão de culpa, ele não está de todo errado. 
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Eu não sabia, porém, que a medida era tão absurda. Nem mesmo nomes de torneios amistosos passam impunes. A Florida Cup, disputada por Corinthians, Fluminense, Colônia e Bayer Leverkusen virou o Torneio da Flórida na Globo. O Super Series, como já dito, se transformou no Torneio de Manaus. A troco de quê? Sequer haviam nomes de empresas nesses nomes! É difícil de entender.
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O que mais me chocou no tocante ao nome dos torneios é que, em um primeiro momento, a própria Globo e Globo.com citaram a Florida Cup e a Super Series. Tudo para, pouco antes das transmissões, colocar a nomenclatura que lhe conveio. Vai entender.
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Por mais poderosa que seja a Globo, acho difícil a emissora resistir a um processo de uma empresa grande - como as multinacionais Red Bull e Allianz, por exemplo. Também não sei o quão ilegal são essas mudanças de nome. E, mais importante: não é algo que vá causar grandes mudanças na Globo. Nem mesmo o fato de traduzir nomes estrangeiros se justifica. 
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Algo precisa ser feito. O que a Globo faz é prejudicial a todos - não que isso seja novidade. 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A redenção


Parece surreal, mas em cinco anos um clube saiu do rebaixamento para a série B para o título mundial de clubes. E quem conseguiu a proeza foi o time que mais usa, abusa, deita e rola no sofrimento: o Corinthians.
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No Nissan Stadium/International Stadium Yokohama, o clube alvinegro contou com gol do atacante Paolo Guerrero para vencer o Chelsea por 1x0 e sagrar-se campeão mundial. Na decisão do terceiro lugar, o Monterrey venceu o Al Ahly: a vitória dos Rayados veio por 2x0.
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Mantendo a grande campanha na NBA, o New York Knicks venceu o Cleveland Cavaliers por 103x102. O Miami Heat bateu no saco de pancadas da competição, o Washington Wizards: 102x72. Em jogo apertado, o Chicago Bulls fez 83x82 no Brooklyn Nets. Em jogos mais folgados, o Los Angeles Clippers e o San Antonio Spurs venceram o Milwaukee Bucks e o Boston Celtics, respectivamente: o primeiro fez 111x85 no BMO Harris Bradley Center, enquanto o segundo anotou 103x88 no adversário.
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Na NBB, o líder é o Flamengo, que fez 88x61 no Basquete Cearense. A surpresa da rodada foi a vitória do Vila Velha sobre o segundo colocado Paulistano por 90x80, no ginásio Gualberto Moreira. Dentre os ponteiros, o Pinheiros venceu o Minas por 91x77 e o Uberlândia perdeu fora de casa para o Joinville por 71x62. O único time que conseguiu chegar a marca dos três dígitos foi o São José, que fez 100x80 no Suzano
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La Liga mal chegou a sua metade e já podemos dizer que o Barcelona está com a mão na taça. O time venceu o Atlético de Madrid, vice-líder, por 4x1 - com dois gols de Lionel Messi, que chegou a incríveis 90 gols no ano. O Real Madrid decepcionou de novo ao empatar com o Espanyol em casa: os Periquitos seguraram o 2x2. Destaque para a classe média do país: o Málaga visitou o Sevilla no Ramón Sánchez Pizjuán e venceu por 2x0 e o Levante venceu o Zaragoza por 1x0. Surpreendentes e negativos foram os resultados de Valencia e Getafe: o primeiro perdeu por 2x0 para o Rayo Vallecano em casa e o segundo ficou no 1x1 ante o Osasuna
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A dupla mancuniana segue vencendo na Premier League. Na rodada, os dois times da cidade venceram por 3x1: o Manchester United venceu o Sunderland e o Manchester City ganhou do Newcastle. O time mais bem colocado que perdeu pontos foi o Everton, que visitou os Potters e ficou no 1x1 contra o Stoke. Subindo, o Tottenham fez 1x0 no Swansea em White Hart Lane e o Norwich venceu o Wigan por 2x1. Tradicional em franca decadência, o Liverpool perdeu em casa para o Aston Villa por 3x1. A surpresa da rodada foi a vitória do Queens Park Rangers: o QPR anotou 2x1 no Fulham.
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Três times com a mesma pontuação na ponta da Ligue 1. Em confronto direto, o Paris Saint-Germain venceu o Lyon: a vitória do PSG foi de 1x0. O Olympique de Marseille sofreu, mas venceu o Toulouse: a derrota dos Pitchouns foi por 1x0. O Lorient segue surpreendendo: o time fez 2x0 fora no Saint-Etienne em pleno Geoffroy-Guichard e já é o quarto colocado. Atual campeão, o Montpellier segue sua recuperação: o time goleou o Bastia por 4x0.
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Parece que todos querem ver a Juventus bicampeã do Calcio. O time de Turim passou fácil pela Atalanta por 3x0 e contou com tropeços de seus principais perseguidores. A Internazionale perdeu para a Lazio por 1x0, enquanto o Napoli perdeu em casa para o fraco Bologna por 3x2. A Roma também perdeu: 1x0 ante os gialloblu do Chievo. A jornada teve também vários 4x1: as vitórias do Milan ante o Pescara, da Fiorentina sobre o Siena e do Parma sobre o Cagliari (esse último no Ennio Tardini) tiveram tal placar
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Dia de Kıtalar Arası Derbi/Intercontinental Derby na Super Ligi. No confronto que divide Istambul entre suas parte na Europa e na Ásia, melhor para o lado europeu: o Galatasaray venceu o Fenerbahçe por 2x1. Os outros times que compõem o G4 empataram: o Antalyaspor e o Orduspor ficaram no 1x1 no 19 Eylül Stadium, mesmo placar do empate entre o Beşiktaş e os Ankara Rüzgârı do Gençlerbirliği
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A Eredivisie vai se tornando o campeonato mais equilibrado da Europa, com os cinco primeiros colocados separados por apenas três pontos. O líder PSV saiu de Eindhoven para empatar em Nijmegen por 1x1 contra o NEC no Stadion de Goffert/Goffertstadion/McDOS Goffertstadion. Do top 5, quem também tropeçou foi o Vitesse: o Vitas empatou com o RKC em 2x2. O Twente venceu o Heracles por 3x2, o Ajax goleou o Willem II por 4x2 e o Feyernoord fez 3x2 no ADO Den Haag.
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Fim da División Profesional com final feliz para o Libertad. O time fez 2x0 no Sportivo Luqueño e sagrou-se campeão do Paraguai pela 16ª vez - o time Kure-Luque ficou em quinto. Dois outros times tinham chance de levantar o caneco hoje: o Nacional, que venceu o lanterna Independiente no Ricardo Gregor por 3x0; e o Guaraní, que perdeu para o Rubio Nú por 1x0. Os gigantes do país tiveram resultados bem diferentes: o Cerro Porteño goleou o Tacuary por 5x1, enquanto o Olimpia tomou de 4x1 do Sportivo Carapeguá.
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Surpresa na PSL, a Premier Soccer League: o líder Kaizer Chiefs empatou em casa com a University of Pretoria: os Tuks seguraram o placar em 1x1. Melhor para o rival Orlando Pirates, que viajou até o Harry Gwala Stadium e venceu o Maritzburg United por 2x1. 
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Fim de uma fila histórica na Liga Postobón. Após empate por 1x1 e vitória de 5x4 nos pênaltis, o Millonarios bateu o Independiente Medellín e venceu um turno do campeonato da Colômbia após 24 anos de espera. O título conquistado no estádio El Campín foi o 14º nacional da história dos Embajadores, número que consagra a equipe azul como a maior vencedora do país. 
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Na Superliga masculina, o líder RJX perdeu para o Medley/Campinas no tie-break, deixando o SADA/Cruzeiro se aproximar da liderança: o time celeste venceu o São Bernardo por 3x0 no ginásio do Riacho. A grande surpresa da competição é o Canoas, que foi até o Rio de Janeiro e venceu o Volta Redonda por 3x1. Já na competição feminina, o Sollys/Nestlé/Osasco sofreu, mas venceu o SESI por 3x2. Outro favorito, o Unilever passou fácil pelo São Bernardo por 3x0 no Baetão, enquanto a surpreendente equipe do Amil fez 3x0 no Pinheiros.  
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O Seattle Seahawks goleou de novo na NFL. O time fez 50x17 no Buffalo Bills em jogo realizado em Toronto, no Canadá na week 15, iniciada no Thursday Night Football com vitória do Cincinnati Bengals sobre o Philadelphia Eagles por 34x13. Em jogo emocionante, o Dallas Cowboys precisou do overtime para fazer 27x24 no Pittsburgh Steelers. Duas equipes venceram de 0: o Atlanta Falcons fez 34 pontos no New York Giants e o New Orleans Saints anotou 41 pontos no Tampa Bay Buccaneers. Destaque também para a vitória do Green Bay Packers sobre o Chicago Bears por 21x13, em jogo que garantiu a NFC North para os cheeseheads; para a vitória do Denver Broncos sobre o sempre difícil Baltimore Ravens em pleno M&T Bank Stadium e para o bom jogo entre Houston Texans e Indianapolis Colts, com vitória dos texanos por 29x17. Ainda serão jogados o Sunday Night Football, entre San Francisco 49ers e New England Patriots e o Monday Night Football entre Tennessee Titans e New York Jets

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Décimo segundo e décimo terceiro dias de competições das Olimpíadas de Londres

Cheguei tarde em casa ontem após voltar do meu freelancer e ver minha namorada - próximo da meia-noite, para se ter ideia. Tendo que acordar às 05:30h, sequer liguei meu notebook. Seguem, aqui, os resumos dos dias de ontem e de hoje dos Jogos Olímpicos:
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~ O jogo foi tenso desde o início e a Argentina abriu boa vantagem nos três primeiros quartos. Porém, com uma reação incrível nos primeiros instantes dos últimos 10 minutos de jogo, o Brasil encostou no placar. Ao ficar por dois pontos do empate, os platinos reagiram com uma força incrível, acertando vários lances livres e vendo os brasileiros errarem jogadas simples desde então. No final, 77x82 para a Argentina e o restabelecimento do orgulho nacional do esporte, com muita vontade, técnica e raça. O destaque e primeiro jogo a ser destacado é esse, pois o basquete é importantíssimo para o país e precisa ser exaltado mesmo em suas derrotas, pois vê-se muita garra em cada um de seus atletas.
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~ Ainda no basquete, a derrota no mínimo contestável da Espanha para o Brasil foi pivô de uma briga generalizada nas quartas-de-final, entre os ibéricos e a França. A Espanha venceu por 66x59 e no final da partida, já sentindo a derrota, Nicolas Batum socou a virilha de Juan Carlos Navarro. Ao ser perguntado sobre onde estaria o espírito olímpico naquele momento, ele foi enfático: "E é espírito olímpico deixar que te vençam de propósito ?", referindo-se ao já fatídico jogo entre as seleções espanholas e brasileira. 
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~ Se no basquete o jogo foi apertado e teve vitória argentina, no vôlei não teve nem graça. Por 3x0 e com um jogo tranquilíssimo, a equipe masculina foi para a semifinal. As mulheres já estavam nessa fase, e hoje passaram fácil pelo Japão, pelos mesmos 3x0. A final será contra os Estados Unidos, na reedição da final olímpica de 2008. Também vale destacar o espírito olímpico yankee: na primeira fase elas poderiam eliminas as brasileiras caso perdessem pra Turquia, mas massacraram a seleção do Bósforo por 3x0. Estão de parabéns pela atitude.
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~ A Jamaica há muito não é mais só a terra de Bob Marley. Mas, cada vez mais, os atletas de provas rasas no atletismo se destacam - um em especial, é claro. O país ficou com ouro, prata e bronze nos 200m rasos. O bronze foi de Warren Weir, a prata de Yohan Blake - que já ostenta a alcunha de novo Usain Bolt e o ouro... bem, não preciso dizer.
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~ Mais uma vez o boxe fez história em Londres. Adriana Araújo ficou com o bronze ao perder a semifinal para a russa Sofya Ochigava por 17x11. Mas a modalidade já trouxe no mínimo mais uma medalha para o país, com Yamaguchi Falcão, que venceu Julio La Cruz Peraza por 18x15.
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~ No vôlei de praia, medalhas com gostos amargos. No masculino, a melhor dupla do mundo, formada pelos brasileiros Emanuel e Alison, perdeu a final para os alemães Julius Brink e Jonas Reckermann por 2x1 e ficou com a prata. Eliminadas na semifinal, as também primeiras colocadas no ranking mundial Juliana e Larissa venceram as chinesas Xue Chen e Zhang Xi e ficaram com o bronze. 
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~ Já encerradas as competições na ginástica olímpica, o esporte (ou melhor, a falta de espírito esportivo) foi destaque ontem. O técnico do chinês Yibing Chen, que ficou com a prata na prova das argolas (que teve como primeiro colocado o brasileiro Arthur Zanetti), pediu investigações sobre a prova, que teve um "resultado contestável" - só se for pra ele. Ele também disse que "o tempo provará que Chen é histórico e o sucesso de Zanetti é passageiro", entre outras baboseiras. Apenas para noticiar que o espírito esportivo anda em baixa nas Olimpíadas - e reparem que é só quem sai derrotado quem perde a linha.
~ Diogo Silva fez bonito e chegou até as semifinais do taekwondo, que não tem tradição na disputa masculina. Ele perdeu para o segundo melhor do mundo, o iraniano Mohammad Bagheri Motamed e também na disputa do bronze para o americano Terrence Jennings. A disputa do bronze, é bem verdade, ficou com um gosto amargo pois o norte-americano não está nem entre os oito melhores do mundo (enquanto Diogo é o sexo na categoria), mas fica a lembrança da primeira boa campanha brasileira no esporte na categoria masculina. Tocante também ver a emoção do atleta após a luta que o tirou da briga pelo pódio.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Nono e décimo dia de competições das Olimpíadas de Londres

Novamente o meu humor não me deixou escrever sobre os Jogos ontem - peço perdão por isso. Também quero agradecer a pessoa anônima que corrigiu minha informação no post anterior, no qual eu disse que a dupla brasileira no vôlei de praia Juliana e Larissa tinha sido eliminada. 
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~ Os grandes nomes recentes da ginástica olímpica brasileira são Daiane dos Santos, Jade Barbosa e os irmãos Hypolito - Danielle e Diego. Mas quem conseguiu a primeira medalha do esporte para o Brasil foi o pouco falado (mas favorito pelos entendidos e críticos) Arthur Zanetti. Com uma apresentação sublime nas argolas (em detrimento do solo, onde os brasileiros mais se destacaram ultimamente), o atleta de São Caetano do Sul (cidade do autor do blog) ganhou a segunda medalha de ouro do país nessas Olimpíadas. Histórico.
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~ Poucos viram mas a prova mais nobre das Olimpíadas já aconteceu para as mulheres. E, como parece mandar o protocolo, com muitas africanas no pódio. A etíope Tiki Gelana venceu a maratona, com a queniana Priscah Jeptoo em segundo e a russa (que, bem, de africana não tem nada) Tatyana Petrova Arkhipova em terceiro.
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~ Outra modalidade que fez história nos Jogos Olímpicos de Londres foi o boxe. O esporte, que tinha apenas uma medalha olímpica (com o lendário Servílio de Oliveira, no longínquo ano de 1968), já tem mais duas garantidas com seus atletas na semifinal. No peso médio masculino, Esquiva Falcão vanceu por 14x10 o húngaro Zoltan Harcsa, enquanto no ligeiro feminino Adriana Araújo fez 16x12 na marroquina Mahjouba Oubtil.
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~ Pouco falado, Fabiano Peçanha apareceu bem nos 800m e ficou em segundo na sua bateria classificatória, classificando-se para as semifinais. 
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~ Fabiana Murer decepcionou e eu nem preciso retomar o que já foi dito dela aqui. Porém, o que ninguém esperava era ver Yelena Isinbayeva apenas com o bronze no salto com vara. Maior atleta da história da modalidade, a russa perdeu o tricampeonato olímpico para a americana Jennifer Suhr, ouro, e para a cubana Yarisley Silva, que ficou com a prata.
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~ Não foi o show que acostumamos a ver, mas foi mais uma vitória do handball feminino. A seleção ia vencendo com facilidade, mas tomou sufoco no final da partida da fraca seleção de Angola. A vitória veio por 29x26.
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~ Duas vitórias maiúsculas (mas com sabores bem diferentes) no basquete. A equipe feminina fez 78x66 na frágil Grã-Bretanha, enquanto o supertime masculino venceu a fortíssima Espanha por 88x82. O destaque negativo foi a possível entregada espanhola para ficar com um caminho mais fácil a partir das partidas eliminatórias - o Brasil faz o clássico sul-americano contra a igualmente forte Argentina e, se passar, enfrenta "só" os Estados Unidos. Espírito olímpico zero dos ibéricos, que venciam a partida com tranquilidade e tomaram 31 pontos no último quarto. Muito estranho...
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~ O vôlei brasileiro, enfim, parece ter acordado. A seleção feminina venceu a tradicional Sérvia por 3x0, enquanto o time masculino também não perdeu nenhum set ante a Alemanha.
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~ No vôlei de praia, apenas as duplas que mais trazem esperanças sobrevivem nas semifinais. Isso porquê Ricardo e Pedro Cunha perderam para os alemães Julius Brink e Jonas Reckermann por 2x1. Alison e Emanuel sofreram, mas bateram os poloneses Mariusz Prudel e Grzegorz Fijalek por 2x1 e Juliana e Larissa passaram com relativa tranquilidade por 2x0 pelas também alemãs Laura Ludwig e Sara Goller.

~ Acostumado a participar de Olimpíadas, Robert Scheidt decepcionou com seu companheiro Bruno Prada na chamada Medal Race - última regata, que vale o dobro da pontuação. Com uma tática agressiva (que mostrou-se errada) a dupla ficou com o bronze. O ouro ficaram com os azarões suecos Fredrik Loof e Max Salminen, que dependiam de uma imensa combinação de resultados - além de contar com uma colocação ruim dos brasileiros, eles também foram favorecidos graças a péssima regata dos britânicos Iain Percy e Andrew Simpson, que levaram a prata.

domingo, 5 de agosto de 2012

Sétimo e oitavo dias de competições das Olimpíadas de Londres

Antes de mais nada, peço desculpas pela não postagem de ontem. O cansaço e o péssimo humor não me deixaram escrever sobre as Olimpíadas. Enfim, vamos repassar a sexta e o sábado olímpicos:~
~ Em sua prova forte, o atleta ficou com o bronze, batendo dois centésimos (!) depois do compatriota Bruno fratus. A surpresa ficou com a medalha de ouro do francês Florent Manaudou. 
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~ O desconhecido brasileiro Mauro Vinícius surgiu com muito destaque nas eliminatórias do salto em distância, fazendo o melhor tempo do dia - 8,11m. Hoje, porém, ele ficou bem abaixo da (recentes) expectativas e amargou o sétimo posto, saltando 10cm menos que ontem. O segundo colocado de ontem, o britânico Greg Rutherford, ficou com o ouro.
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~ Os atletas de provas rápidas no atletismo nacional não tiveram bons resultados. Rosângela Santos até passou para a semifinal, mas ficou nessa fase. Já Nílson André ficou na primeira corrida.
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~ Mais uma das promessas brasileiras que nucna vingaram, Keila Costa ficou na fraca 11ª colocação em seu grupo nas eliminatórias do salto triplo e está fora da briga por medalhas. 
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~ O trofeu de papelão dos Jogos Olímpico, porém, vai para Fabiana Murer. Novamente com panca de candidata a medalha no salto com vara (de prata, já que Yelena Isinbayeva é tão competente quanto bela) ela saltou seis vezes e apenas em uma passou. Ou melhor, cinco: na última tentativa ela refugou alegando que o vento estava muito forte. Sim leitor, você leu bem. Ridículo e decepcionante.
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~ Não preciso nem dizer que a fraquíssima seleção de basquete feminino do Brasil perdeu. Dessa vez, porém, o time foi minimamente competitivo, brigando com as mais fortes canadenses até o final - a derrota foi por 79x73. Já a seleção masculina passeou contra a China: 98x59. 
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~ No dia 3, último dia de competições do judô, mais uma medalha brasileira. Rafael Silva fez história ao trazer o bronze, tornando-se o primeiro medalhista dos pesos pesados nacionais - a vitória foi sobre o sul-coreano Sung-min Kim. Já Maria Suelen Altheman perdeu na disputa do bronze para a chinesa Wen Tong.
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~ Provando a força da seleção masculina de basquete, relembro a suada derrota para a Rússia, com uma cesta de três pontos nos segundos finais da partida - e que só ocorreu graças a um escorregão de Leandrinho. A seleção russa é, aliás, a grande surpresa na modalidade, já que não se esperava muito deles e eles encontram-se invictos. Hoje eles venceram mais um adversário mais forte que eles: a Espanha, 77x74.
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~ No boxe, duas eliminações e uma vitória nas oitavas-de-final. No peso mosca, Julião Neto perdeu por 18x13 para o cubano Jeyvier Cintron Ocasio, mesma nacionalidade de Roniel Iglesias Solotongo, que venceu o campeão mundial Everton Lopes por 18x15. O combate entre Yamaguchi Falcão e chinês Fanlong Meng terminou empatado em 17, mas os juízes deram vitória ao brasileiro.
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~ No futebol feminino, a seleção brasileira vinha aos trancos e barrancos e não foi páreo para a atual campeã mundial. O Japão até começou tomando pressão das brasileiras, mas as nipônicas venceram por 2x0. Já no masculino, Leandro Damião foi decisivo ao marcar dois e sofrer o pênalti convertido por Neymar na vitória por 3x2 ante Honduras. O Brasil foi melhor, mas poderia jogar (muito) melhor.
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~ A surpreendente seleção feminina de handebol perdeu para a Rússia por 31x27 e perdeu a invencibilidade. Mas a equipe já está classificada (com sobras) para a próxima fase. 
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~ No hipismo, o Brasil ficou numa ótima 5ª colocação nos saltos por equipes mistas. Já nos saltos individuais masculinos, Doda conseguiu uma excepcional segunda colocação. José Roberto Reynoso e Rodrigo Pessoa também avançaram.
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~ Robert Scheidt e Bruno Prada garantiram ao menos o bronze na classe star - o que iguala o número de medalhas de Scheidt com as de Torben Grael, maior medalhista olímpico brasileiro. O ouro, entretanto, é muito difícil: eles precisam ficar cinco posições a frente da dupla da Grã-Bretanha (que venceu a 10ª regata enquanto os tupiniquins ficaram em terceiro - os brasileiros faturaram a 9ª regata), tarefa muito complicada.
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~ Kissya Cataldo, destacada nesse blog, foi pega no exame antidoping e foi suspensa pelo COB indefinitivamente, e por isso não disputou a final do skiff simples. Já a equipe brasileira de skiff duplo peso leve venceu mais uma competição, avanaçando ainda mais na disputa por medalhas. Anderson Nocetti também venceu sua competição no skiff simples, ratificando o bom desempenho brasileiro na modalidade.
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~ De orgulho nacional, o vôlei começou a dar (grandes) sustos. Após ter na mão o 4º set, o Brasil perdeu para a China e teve que se virar para vencer no tie-break no feminino, enquanto a equipe masculina venceu com boas doses de emoção a praticamente eliminada Sérvia, também no tie-break. 
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~ O vôlei de praia teve a sua primeira baixa brasileira. Maria Elisa e Talita perderam por 2x1 para as tchecas Marketa Slukova e Kristyna Kolocova. Já Juliana e Larissa venceram as holandesas Madelein Meppelink e Sophie Van Gestel, por 2x0. No masculino, tudo em ordem: Ricardo e Pedro Cunha fizeram 2x0 nos espanhóis Pablo Herrera Allepuz e Adrian Gavira Collado, mesmo placar da vitória de Alison e Emanuel sobre os alemães Jonathan Erdmann e Kay Matysik.
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~ No último dia olímpico do maior atleta da história das Olimpíadas, Michael Phelps lavou a própria alma. Quando venceu os 4x100m medley em Pequim, ele não entregou a equipe em primeiro - ou seja, ele não tão decisivo. Hoje, o time americano estava átras dos japoneses, e foi Phelps quem ultrapassou os nipônicos. Faltava se livrar do único grande fantasma que rondava a carreira do grande atleta, que se aposenta das Olimpíadas com mais medalhas de ouro que a Argentina em toda a história - motivo suficiente para ser venerado pelo autor do blog. 

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sexto dia de competições das Olimpíadas de Londres


~ Não dá pra dizer que foi uma decepção no judô. Mayra Aguiar, a melhor do mundo em sua categoria, perdeu nas semifinais para a segunda melhor - a americana Kayla Harrison. Na disputa pelo bronze, finalizou a holandesa Marhinde Verkerk. Não veio o ouro por azar, mas vale demais o resultado. Luciano Correa, porém, perdeu nas oitavas-de-final para o também batavo Henk Grol.
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~ Faltou pouco, muito pouco. A seleção brasileira de basquete masculino perdeu por apenas um ponto para a Rússia, de jogadores imensos e muito técnicos. Shved deu show na vitória por 75x74, mas... que orgulho do Brasil ! Jogou bem demais, com direito a partida majestosa de Larry Taylor e Anderson Varejão. Faltou paciência, psicológico, experiência em competições internacionais (ônus da situação lastimável na qual encontrava-se o esporte) e, tecnicamente, acertar os chutes de dois pontos e os lances livres. É pra ficar muito confiante com os comandados de Rúben Magnano.
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~ Nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, os Estados Unidos levaram pela primeira vez os jogadores da NBA para a competição. Como não poderia deixar de ser, a equipe ficou conhecida como o "Dream Team" - o "time dos sonhos" em tradução livre, alcunha utilizada até hoje para qualquer equipe que passe como bem quiser pelos adversários. Hoje, o time de LeBron James, Kobe Bryant, Carmelo Anthony e companhia bateu diversos recordes não só do Dream Team, mas também das Olimpíadas. Ao massacrar a Nigéria por 156x73, os americanos bateram o recorde que pertencia ao Brasil, que fez 138x85 no Egito nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. 
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~ Não deu nem graça. Esquiva Falcão fez uma luta espetacular contra o azeri Soltan Migitinov e venceu por 24x11 - uma goleada no placar do boxe. Com mais uma luta, o esporte já garante uma medalha para o país - feito sem precedentes para uma modalidade jogada às traças por todos, infelizmente.
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~ Mesmo sem medalha, também não dá para reclamar de Thiago Pereira. Na última virada ele era segundo, átras apenas do maior atleta olímpico da história, Michael Phelps. Foi ultrapassado pela sensação da natação nesses Jogos Olímpicos, o também americano Ryan lochte, e pelo húngaro Laszlo Cseh, também de altíssimo nível. Faltou pouco, mas vimos um Thiago Pereira de grande nível - e isso vale muito.
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~ A final dos 50m livre é apenas amanhã, mas ela já causa um rebuliço poucas vezes visto. Isso porquê, nas semifinais da categoria, não só César Cielo brilhou, com o melhor tempo. Bruno Fratus também está na final, com o quarto melhor tempo. Uma medalha de ouro está longe de ser sonho (foi nessa categoria que Césão foi ouro em Pequim), e duas medalhas na mesma competição é algo bem alcançável.
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~ Desconhecida por aqui, Kissya Cataldo já está na final do remo no skiff simples feminino. Todas as esperanças no remo estão nas costas da campeã mundial Fabiana Beltrame, e é ótimo ver uma surpresa dessas na final.
~ Após eliminar duas duplas bem mais fortes, os brasileiros não resistiram ao terceiro jogo como zebras. Marcelo Melo e Bruno Soares caíram por 2x0 para os franceses Michael Llodra e Jo-Wilfried Tsonga.
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~ O vôlei masculino até começou surpreendentemente bem, mas sucumbiu ante os mais fortes americanos e perdeu por 3x1. Não há muito o que falar, já que a seleção de Bernardinho parece estar em uma fase descendente. Valeu a luta. 
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~ Os resultados de Robert Scheidt e Bruno prada na classe Star da vela não foram dos piores. Com uma terceira e uma quinta colocação, os brasileiros estariam bem para o ouro caso os britânicos, líderes da competição, não tivessem ganha a primeira regata e ficado em segundo na posterior.
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~ O vôlei de praia brasileiro fechou a fase de grupos invicta. Hoje, Maria Elisa e Talita venceram as australianas Becchara Palmer e Louise Bawden e Alison e Emanuel fizeram 2x0 nos italianos Paolo Nicolai e Daniele Lupo.
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~ O destaque étnico vai para a americana Gabby Douglas, que tornou-se a primeira campeã negra no individual geral feminino da ginástica olímpica. Nem tanto por sua cor negra, mas sim por ver uma atleta dessa tez vencer um esporte historicamente dominado por soviéticas e por meninas do leste europeu, notadamente loiras de olho claro.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Quinto dia de competições das Olimpíadas de Londres

~ Se perdeu hoje, não dá pra dizer que foi um vexame. A seleção feminina de basquete perdeu por 67x61 para a Austrália, muito mais tarimbada, experiente e com muito mais técnica. Ainha existem chances de classificação, mas é muito difícil isso acontecer graças ao astral do time. Vida que segue. 
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~ Pouco falado, Robenílson Jesus venceu o russo Sergey Vodopiyanov e já está nas quartas de final do boxe masculino no peso galo. Qualquer resultado aqui pode ser considerado uma vitória imensa, já que o boxe brasileiro está às traças. Já é uma campanha memorável !
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~ Com time misto, o Brasil fez fáceis 3x0 na Nova Zelândia e nem a expulsão de Alex Sandro (que, a despeito do cartão vermelho, fez boa partida) abalaram a equipe, classificada em primeiro no grupo C com 100% de aproveitamento. Os rivais do Brasil nas quartas é Honduras, que não tem time para bater de frente com a seleção - mas na Copa América em 2001 os hondurenhos, que não tinham time para bater de frente com os brasileiros, eliminaram a seleção canarinho por 2x0 e escreveram uma das histórias mais vergonhosas do futebol nacional. É hora de acabar com essa sina maldita. 
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~ Após a eliminação da favoritíssima Espanha do futebol masculino, é a hora do Uruguai, com um time muito bom e sempre tradicional em Olimpíadas, cai ante a Grã-Bretanha. Os britânicos, aliás, podem pintar como surpresa - Brasil, México e Senegal são os favoritos ao ouro.
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~ Em uma Olimpíada na qual Diego Hypólito já decepcionou na ginástica artística, Sérgio Sasaki surpreendeu. Com o décimo lugar no individual geral masculino, deu o melhor resultado na história para o país. Esteve longe de medalha, mas é ótimo ver um atleta pouco cotado se superando e entrando para a história - e ver o país subindo no esporte, gradativamente.
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~ Surpresa da delegação brasileira, a seleção feminina de handball atropelou sem dó nem piedade as britânicas, vencendo por 30x17.
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~ Não se esperava muito de Maria Portela no judô feminino, mas, mesmo assim, a derrota logo na primeira luta do judô para a colombiana Yuri Alvear decepcionou. Decepcionou tanto quanto a derrota do candidato (leia: candidato, não favorito) ao outro Tiago Camilo, que perdeu nas semifinais para o futuro campeão Dae-nam Song e depois para o grego Ilias Iliadis. 
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~ César Cielo ficou na sexta colocação na final dos 100m livre. Não era a prova forte dele, mas a colocação, mesmo assim, pressiona. Mas, um dado importante: até os 50m (distância na qual ele é o melhor do mundo), ele era líder. Ademais, destaque para a grande performance de Thiago Pereira nos 200m medley, conseguindo o quarto melhor tempo para a final da categoria.
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~ Após vencer a favorita dupla americana, Marcelo Melo e Bruno Soares conseguirma mais uma façanha: derrotas os tchecos Tomas Berdych e Radek Stepanek por 2x1. Existem duplas mais fracas, mas surpreende a vitória ante duas duplas (bem) mais fortes.
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~ O vôlei de praia do país está muito bem representado, sem perder uma partida sequer. Hoje, Juliana e Larissa bateram as tchecas Hana Klapalova e Lenka Hajeckova, mesmo placar da vitória de Ricardo e Pedro Cunha sobre os canadenses Joshua Binstock e Martin Reader.
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~ No iatismo, resultados ruins. Bimba obteve uma 8ª e uma 21ª colocações na RSX masculina, enquanto Patrícia Freitas amargou uma 12ª e uma 16ª colocações.
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~ A maior vergonha do dia, porém, veio do vôlei feminino. Outrora multicampeã e melhor seleção do mundo, as comandadas por José Roberto Guimarães tiveram que suar muito para perder das sul-coreanas, muito piores tecnicamente. Errando muitos saques e ataques, é difícil salvar alguém com exceção das sempre muito bem Sheilla e Fabi e da surpreendente Fernanda Garay. As demais tiveram um dia pra se esquecer, fazendo uma partida vergonhosa. 
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~ Sem tradição no Brasil, o badminton ganhou destaque hoje graças a exclusão de oito competidores graças a suspeita de arranjo de resultados. Segundo o COI, jogadores individuais ou duplas do esporte não jogaram tudo o que podiam e protagonizaram partidas de resultado curioso e performance discutível. Cruel sim, mas evidencia a preocupação das entidades desportivas com o caso, que merece muita discussão - além, é claro, de passar por cima de qualquer mensagme olímpica.
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UM RECADO A TODOS
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Amanhã César Cielo entra na piscina, o Brasil tem boas chances de medalha no judô com Mayra Aguiar e, claro, muitas coisas acontecerão no dia olímpico. Mas, amigos, nada é mais importante que o começo do julgamento do mensalão, ainda que com um daqueles atrasos que só a "Justiça" brasileira é capaz de proporcionar. 
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Peço, por favor, para que todos acompanhem o julgamento no Superior Tribunal de Justiça e informem-se, pois é a política e o futuro de todo o nosso país que estão no banco dos réus. Independente de visão política ou ideologia, peço para que cada um analise as provas e ouça atentamente os discursos que serão proferidos, para o bem (e para a informação) do nosso povo.  
Pode ser o começo de uma nova era na Justiça, na política e na sociedade. Para mudarmos a terceira, não precisamos das duas primeiras - uma chance única, que não pode ser desperdiçada. Que o legado do "julgamento do século" seja eterno - e positivo.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Quarto dia de competições das Olimpíadas de Londres

~ A seleção masculina de basquete brasileira venceu, de novo. Mas sofreu com problemas de ataque e passou um sufoco desnecessário contra uma seleção bem inferior, de novo. Após um primeiro quarto no qual só fez irrisórios quatro pontos, a seleção acordou e virou nos minutos finais contra a Grã-Bretanha, fechando o placar em 67x62.
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~ A seleção feminina de futebol novamente decepcionou com seu jogo fraco e frágil. Dessa vez, porém, a decepção ficou refletida no placar: as brasileiras perderam de 1x0 para a Grã-Bretanha. Classificaram-se, mas graças a derrota vão pegar um tortuoso jogo já nas quartas-de-final: o Japão, atual campeão mundial.
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~ Mais um dia decepcionante para o judô brasileiro. Leandro Guilheiro perdeu duas lutas (a saber: derrota para o americano Travis Stevens e para o japonês Takahiro Nakai) e não ficou com medalha alguma - ele era um dos grandes favoritos na categoria. Já Mariana Silva nem foi para as oitavas-de-final, vítima da chinesa Lili Xu.
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~ César Cielo apareceu e o Brasil chega na primeira final na natação, nos 100m livre (que não é a prova forte dele) com o quinto melhor tempo. Nos 200m peito, Tales Cerdeira ficou na semifinal e Henrique Barbosa foi eliminada uma rodada antes.
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~ Mais que destaque, é histórico. Michael Phelps tornou-se hoje o maior medalhista olímpico na história, com 19 pódios. Faltavam dois, que vieram com a prata nos 200m borboleta (prata pois o americano dormiu no ponto na última braçada, perdendo para o sul-africano Chad le Clos) e com o ouro nos 4x200m livre. Com as colocações, ele ultrapassou a ginasta russa Larissa Latynina, que tem 18 medalhas. O mais incrível na façanha de Phelps é que ele tem 15 medalhas de ouro, 2 de prata e 2 de bronze (até agora), enquanto Latynina tem 9 ouros, 5 pratas e 4 bronzes. Incrível.
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~ Após nadar mais rápido nos 400m medley que o medalhista de ouro masculino, Shiwen Ye bateu o recorde olímpico nos 200m medley, colocando quase um segundo Uma enormidade em provas de velocidade) na australiana Alicia Coutts. A chinese de 16 anos (!) já é um dos grandes nomes dos Jogos Olímpicos.
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~ Enfim uma atuação convincente da seleção masculina de vôlei. Jogando com a segurança que caracterizou os times de Bernardinho, os brasileiros fizeram 3x0 na fortíssima Rússia sem passar por maiores sustos. Destaque para Murilo, com atuação excelente.
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~ Segue o show brasileiro nas praias londrinas - ?. Maria Elisa e Talita venceram as alemãs Laura Ludwig e Sara Goller por 2x1, enquanto Alison e Emanuel fizeram 2x0 nos suíços Patrick Heuscher e Jefferson Bellaguarda.
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~ Ótimos resultados na principal categoria do iatismo brasileiro. Robert Scheidt e Bruno Prada conseguiram um primeiro e um segundo lugar na classe Star. 

~ Antes do casamento entre o príncipe William e Kate Middleton, a monarquia da Grã-Bretanha vivia dias ruins, sofrendo com uma impopularidade recorde. Após o evento, no ano passado, a ligação entre povo e realeza voltou a ter sintonia. E, hoje, mais uma evidência (mesmo que por acaso) dessa boa sintonia: Zara Phillips, neta de Elizabeth II, tornou-se a única medalhista olímpica da família real inglesa. Ela foi prata juntamente com a equipe de seu país no conjunto completo de equitação. 

Terceiro dia de competições das Olimpíadas de Londres


~ Mais um dia de decepções no judô. Na chave masculina, Bruno Mendonça tentoi, tentou e tentou, mas foi controlado (e enrolado) pelo holandês Dex Elmont e ficou nas oitavas-de-final. Já Rafaela Silva... bem, dela falarei depois.
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~ Mais um dia ruim para o Brasil nas piscinas. Joanna Maranhão ficou em penúltimo na semifinal dos 200m medley e está eliminada. Nos 200m borboleta, Kaio Márcio e Leonardo de Deus tiveram o mesmo trágico destino. 
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~ As piscinas, porém, trouxeram vários destaques do dia. Destaques pueris mais precisamente, com cara e jeito de quem acabou sair das fraldas. Missy Franklin, com 17 anos e pé tamanho 46, foi ouro nos 100m costas. Ye Shiwen foi mais rápida que o campeão masculino de sua prova, os 200m medley, com apenas 16 anos. E a lituana Ruta Meilutyte, de 15 anos, foi campeão olímpica nos 100m peito.
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~ Nem o iatismo salvou o Brasil. Em duas regatas, um sexto e uma nona colocação afastaram Robert Scheidt e Bruno Prada da liderança. Nas demais categorias, destaque para a segunda colocação de Bruno Fontes na categoria Laser. 
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~ A seleção de vôlei feminino começou jogando muito mal, reagiu no terceiro set e mostrou muitas deficiências ao longo de toda a partida contra os Estados Unidos - jogo que perdeu por 3x1. Tendo Fernanda Garay como destaque positivo e Dani Lins como negativo, a seleção precisa melhorar muito caso queira continuar pensando em medalha. Desse jeito, o bicampeonato olímpico não vem nem em sonho.
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~ O vôlei de praia brasileiro segue invicto. Sem perder um set, Juliana e Larissa venceram as alemãs Katrin Holtwick e Ilka Semmler e Ricardo e Pedro Cunha venceram os britânicos Steve Grotowski e John Garcia-Thompson.
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~ Segundo jogo e segunda derrota da seleção de basquete feminino. As algozes dessa vez foram as melhores (e muito mais altas) russas, por 69x59.
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~ O handebol feminino segue dando as inesperadas alegrias que os demais esportes coletivos do gênero não dão. Novamente vencendo uma seleção mais preparada, o Brasil fez 27x25 em Montenegro.
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~ Um dos choros mais comoventes que eu me lembro de ter visto na vida ocorreu hoje, na esgrima olímpica. A sul-coreana Lam Shin tinha a vantagem do empate contra a alemã Britta Heidemann. Faltando um segundo para o final da luta, um toque duplo - que não dá pontos para ninguém. A luta recomeça no último segundo e a alemã pontua, indo para a final. O staff sul-coreano reclamou muito, mas a decisão foi mantida. Lam Shin saiu desconsolada do combate, chorando copiosamente - e emocionando a todos que viam a cena. 
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SOBRE O CASO RAFAELA SILVA
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Esse caso particularmente me irritou hoje. Logo de manhã, a judoca brasileira lutava contra a húngara Hedvig Karakas e vinha bem. Tão bem que em um golpe súbito deitou a lutadora do leste europeu no chão de costas, aplicando um ippon - o nocaute do judô, que encerra a luta na hora. Porém, ficou muito claro que ela havia pego a perna da húngara, o que é proibido pelas novas regras do esporte. 
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O ippon, obviamente, não foi validado. Mas... o que fariam com Rafaela ? Dariam uma punição ? Pior: ela foi eliminada dos Jogos. 
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Cruel ? Sim, muito. Ser eliminada assim da competição da sua vida é de uma angpustia comparável a morte para um atleta. Só não venham me falar que foi injusto. Isso estava na regra, e todo mundo sabia. Não venham me falar do berço humilde de Rafaela ou do quanto ela é boa atleta. Ela é ótima e sabe disso, mas fez algo proibido pelas regras. Pronto, fim de papo. Fosse ela, a húngara ou qualquer outra atleta, deveria ser eliminada.
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O que me irritou ainda mais no fato foi a defesa que Flávio Canto, comentarista do canal SporTV, fez da judoca. Ele se limitou a dizer apenas que "a regra é injusta". Curioso expor isso apenas quando a brasileira é desqualificada, não é mesmo ? Ele também falou do quanto as regras no judô são interpretativas. A culpada, para ele, não era Rafaela, e sim a regra. A partir do momento que você entra no tatame você está sob um conjunto de regras. Se não quiser sujeitar-se a elas simplesmente não lute. Esporte, principalmente o judô, vai muito da sua capacidade de submeter-se e superar-se. 
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Só pra acabar: Rafaela Silva é a melhor atleta dum projeto desenvolvido na Cidade de Deus, subúrbio carioca, para tirar jovens da marginalidade. Um dos padrinhos desse projeto é justamente Flávio Canto. Ridículo querer defender o indefensável dessa maneira e com esse pretexto, Flávio. Um pai não pode nunca passar a mão na cabeça da filha quando ela erra, mas sim orientá-la. Você a omitiu de qualquer culpa. 
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O comentarista Leonardo Bertozzi, dos canais ESPN, resumiu muito bem o que eu penso. Pouco depois da luta, ele disse algo como "a regra só é boa quando te favorece", com algum outro texto irônico-reflexivo. 
Precisamos parar de achar que brasileiros são santos e prejudicados sempre. Enquanto não termos a lucidez de vermos nossos próprios erros e encará-los de frente não seremos a potência olímpica que podemos ser. 

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Segundo dia de competições das Olimpíadas de Londres


~ Se ontem o judô deu muitas alegrias para o Brasil, hoje foi o dia das decepções. Leandro Cunha perdeu para o polonês Pawel Zagrodnik enquanto Erika Miranda, uma das maiores esperanças de medalha na modalidade, ficou no caminho ao ser derrotada pela sul-coreana Kyung-ok Kim - ambos na segunda luta. 
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~ O problema pós-pentacampeonato nas laterais do futebol brasileiro, definitivamente, chegou às categorias olimpícas. Foi assim que a Bielorrúsia começou na frente da seleção masculina, aproveitando uma avenida nas costas de Marcelo. Mas Neymar, Oscar e Alexandre Pato fizeram 3x1 e, sem brilhar, colocaram o Brasil na próxima fase.
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~ Muito celebrada, a seleção masculina de basquete suou para vencer a Austrália por 75x71. Os atletas pareceram sentir o peso da estreia, cometendo alguns erros que não são comuns para a equipe de Ruben Magnano - sobretudo no primeiro tempo.
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~ Pouco falado por aqui, Anderson Nocetti conseguiu um resultado expressivo no remo. Na categoria skiff simples, ele ficou dois segundos à frente do segundo colocado, o chileno Oscar Vasquez Ochoa. Mesma sorte não teve a equipe de skiff duplo peso leve, eliminado na segunda bateria. 
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~ Nem parecia a histórica escola de jogadores de vôlei de praia brasileiros. Também não parecia Emanuel, um dos melhores jogadores da história no esporte. Errando muito, ele e Alison suaram muito para vencer uma dupla austríaca com muito nome e muita qualidade: Horst e Doppler. No feminino, jogo fácil para Maria Elisa e Talita, que fizeram 2x0 nas holandesas Madelein Meppelink e Sophie Van Gestel.
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~ Mesmo com atletas de potencial, o boxe brasileiro segue sua rotina de resultados ruins graças a falta de incentivos públicos no esporte. Myke Carvalho, o melhor pugilista nacional, perdeu do americano Errol Spence, enquanto Robson Conceição foi derrotado pelo britânico Josh Taylor.
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~ Resultados ruins também nas piscinas. A equipe brasileira foi eliminada nos 4x100 livre e também viu as eliminações de Fabíola Molina e de Daniel Orzechowski nos 100m costas.
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~ Como era esperado, Thomaz Belucci perdeu para o francês Jo-Wilfried Tsonga no tênis. Mas a partida foi disputada, com o tenista tupiniquim perdendo pro 2x1 na contagem de sets.
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~ Tradicional berço de medalhas para o país, o Brasil terminou líder na classe Star de iatismo - ou vela, como preferir. A dupla nacional, formada pelos já tarimbados Robert Scheidt e Bruno Prada, ganhou a segunda regata e ficou em 4º lugar na estreia. Jorge Zarif, na classe Finn, não teve a mesma sorte e ficou na 15º colocação na primeira regata de sua categoria. 
~ Em alguns momentos o time de Bernardinho se complicou, mas os 3x0 que o Brasil aplicou na Tunísia no vôlei masculino mostram que, embora a fase seja ruim para os homens, somos capazes de não passar sustos ante seleções de nível técnico bem abaixo da crítica. 

sábado, 28 de julho de 2012

Primeiro dia de competições das Olimpíadas de Londres


~ Não tem nada melhor que começar os Jogos Olímpicos fazendo história. Dos esportes que mais trazem (e já trouxeram) medalhas para o Brasil, o judô nunca tinha visto uma medalhista de ouro. Pois bem, essa história mudou. Lutando muito bem em todas as suas disputas, Sarah Menezes chegou com banca de favorita contra a atual campeã olímpica da categoria até 48kg, a romena Alina Dumitru. Toda a justiça e toda a história agradecem o grande fato a piauiense que sempre teve potencial, mas agora aprendeu a controlar a cabeça. 
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~ Mostrando a força histórica brasileira nos tatames, o azarão Felipe Kitadai beliscou um bronze. Após perder para o uzbeque Rishod Sobirov (melhor do mundo na categoria até 60kg), o judoca fez duas lutas burocráticas e pragmáticas contra o sul-coreano Gwang-Hyeon Choi e o italiano Elio Verdi. Lutando defensivamente (até demais) e aplicando golpes certeiros, ele ganhou um bronze no dia em que completa 23 anos. Parabéns pelo aniversário e pela medalha !
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~ Thiago Pereira, um dos maiores flops do esporte nacional (começou com tudo no Pan do Rio de Janeiro e foi engolido por César Cielo logo depois), enfim mostrou serviço. Ganhou uma ótima medalha de prata nos 400m medley, ficando átras da nova sensação americana, Ryan Lochte. 
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~ Sim, Ryan Lochte. Michael Phelps, que foi chamado de "Pelé das águas" após os Jogos Olímpicos passados, nem medalha pegou - o bronze ficou com o japonês Kosuke Hagino. Phelps, sozinho, dá mostras que está em curva descendente na carreira. 
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~ Falamos em um flop que começa a dar resultado na natação, e temos que falar de um que parece nunca ter jeito. Novamente Diego Hypolito foi apontado por muitos como favorito ao ouro na prova de solo e... caiu de barriga. Para salvar a ginástica olímpica brasileira (que já foi motivo de orgulho e e está em crise há um bom tempo), teve alguns bons momentos com Arthur Zanetti nas argolas e com Sergio Sasaki no individual geral. Dificilmene conquistarão medalhas, mas não custa torcer.
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~ Robenílson de Jesus venceu o uzbeque Orzubek Shayimov e, aos poucos, vai ajudando a fazer renascer o boxe brasileiro. A luta deu-se na categoria galo, até 56kg. 
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~ Quem viu o primeiro tempo da estreia feminina no basquete animou-se. Viu uma seleção sólida na defesa (com destaque para Chuca), eficiente na transição (sobretudo com Clarissa) e com força ofensiva - principalmente com Érika. Mas, no segundo tempo, foi uma cátastrofe. A defesa deixou de marcar, as bolas começaram a não cair e Céline Dumerc acabou com o jogo, fazendo uma partidaça. No final das contas, um triste 73x58 para as francesas.
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~ Até mesmo quem tá acostumada a dar show anda sofrendo. Mostrando que o vôlei brasileiro não é mais o mesmo, as meninas do Brasil sofreram para vencer a inexpressiva Turquia por 3x2 - com direito a abrir 18x10 no quarto set e deixar as adversárias virarem para 27x25. No futebol, Cristiane marcou o solitário gol contra a Nova Zelândia, após uma partida bem fraquinha das moçoilas. 
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~ Coisas estranhas acontecem no tênis. A principal dupla brasileira, Thomas Belucci e André Sá, perdeu para a segunda dupla americana, formada por Mike e Bob Bryan. Já a dupla azarã veneu John Isner a Andy Roddick, principal dos yankees. 
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~ Poucos esportes são tão dependentes de um só nome no país como o tênis de mesa de Hugo Hoyama. Hoje ele não resistiu ao primeiro jogo, perdendo para o chinês naturalizado polonês Zengyi Wang. Gustavo Tsuboi também perdeu, para o indiano Soumyajit Ghosh. Duas derrotas também no feminino, com Ligia Silva (derrota para a chinesa naturalizada austrliana Jian Fang Lay) e com Caroline Kumahara - que perdeu para a britânica Joanna Parker.
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~ É difícil tirar qualquer conclusão sobre as vitórias no vôlei de praia graças ao nível técnico risível dos competidores. Juliana e Larissa fizeram 42 pontos na partida contra a dupla que representa as Ilhas Maurício, enquanto as adversárias fizeram apenas 15. Já Ricardo e Pedro Cunha venceram uma dupla norueguesa em um jogo que foi minimamente disputado. 

~ A surpresa positiva do dia foi o handebol feminino. As brasileiras foram páreu duríssimo para as favoritas croatas e venceram por 24x23. 
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~ A quem interessar possa: esse foi o melhor primeiro dia da história do Brasil em Olimpíadas. O país fecha o dia em um incrível quarto lugar na classificação geral. É claro que manter essa marca é impossível, mas já é uma ótima notícia.