quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Idade baixa, altas emoções

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Já é uma tradição paulistana. No dia 25 de Janeiro, aniversário da maior cidade da América do Sul, realiza-se no Pacaembu a final da Copa São Paulo de Futebol Junior, a competição mais conhecida e a que mais revela jogadores no país. Sabe como é... com Sampa é tudo no superlativo. E em 2010 o superlativo tomaria proporções ainda maiores: a final da Copinha, como é carinhosamente conhecido o torneio, seria um clássico.
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As equipes chegavam em condições adversas. O favorito era o São Paulo, dono da melhor campanha da competição, com o melhor ataque, a melhor defesa e o artilheiro, Lucas Gaúcho, com 9 gols em 7 jogos. Além do matador, o tricolor apresentava nomes promissores em seu time, como Casemiro, Marcelinho e Bruno Uvini. O time vinha numa decadência pouco sentida, após as desgastantas quartas e semifin
ais.
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Já o Santos começou claudicante, perdendo até um de seus jogos na fase de grupos. Conforme ia passando seus jogos, a equipe vinha melhorando. A chegada do camisa 10 Alan Patrick deu a força necessária para a equipe se reerguer. Nas semifinais a equipe da Baixada quase perdeu um jogo ganho. Vencendo por 3x1 o rival Palmeiras, cedeu o empate. Porém, contou com o goleiro Rafael pegando um dos pênaltis alviverdes para ir a final.
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A partida se inicia. O que se vê é um São Paulo totalmente desesperado. Ainda mais após o gol do adversário. Alan Patrick arrancou bem pelo meio e rolou para Renan Mota fazer o 1x0. O tricolor não se encontrava e seus torcedores, inclusive eu, tinham a impressão que o time amargaria o sétimo vice na competição. O primeiro tempo acaba com lucro são-paulino por perder por apenas um gol de diferença.
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A segunda etapa para os tricolores começa pior que a primeira. O nervosismo é nítido. Quando Richard saiu nos pés de Renan Mota, que ia livro pro gol, e fez um verdadeiro strike no atacante santista, todos previam o vermelho. Até o técnico Sérgio Baresi colocou o goleiro reserva no aquecimento. A surpresa foi geral
quando a cor do cartão foi a amarela. A carnificna seguiu. Lucas Gaúcho dá um bico no goleiro Rafael, de maneira desnecessária, quando ele já tinha a posse da bola. Novamente o cartão é amarelo. E então entra o toque do mestre.
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Ao ver o time perder os nervos, Sérgio Baresi uniu o útil ao agradável. Tirou o matador e colocou o ótimo meia Dener. O técnico são-paulino tirou os laterais e colocou mais dois meias de criação. O jogo mudou totalmente. O São Paulo estava mais tranquilo e ofensivo. Faltava apenas o gol. E as chances eram desperdiçadas à rodo.
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Até que aos 39 minutos, após a sobra da zaga santista, Ronieli acerta um lindo chute de fora da área. De costas, virando na hora de executar o arremate. Maravilhoso. Minha irmã, que assistia o jogo ao meu lado, se assustou. Certamente o ouvido dela vai dar ocupado por uns 2 meses tal foi a minha empolgação ao ver o lance. Com o empate o São Paulo atacava ainda mais. Zé Vítor ainda cabeceou uma bola na trava no último minuto de jogo. Mas... não havia mais jeito. A Copinha seria decidida nos pênaltis.
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Resolvi contar uma passagem para a Ellen enquanto ia ao banheiro após a empolgante segunda metade:
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" Ellen... preciso te contar um trem. Na Copinha que o Kaká jogou, em 2001, ele bateu o pênalti e errou, e o São Paulo foi vice. O Kaká ! "
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Nem deu tempo dela ficar perplexa. A garota logo me falou do incidente que ocorria no instante no qual eu falava:
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" Willian um carinha de vermelho tá batendo num de amarelo ! Chegou um de preto e bateu nele também ! '
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Corri pra ver. O técnico santista,
Narciso, revoltado com o segundo tempo do árbitro, partiu pra cima do juiz. Um PM chegou e empurrou o comandante santista com seu escudo. Narciso, então, deu-lhe um tapa.
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O incidente desestabilizou os Meninos da Vila. As 3 primeiras cobranças tricolores foram certeiras. E os 3 santistas que bateram cosnagrarma o antes vilão Richard. O goleiro são-paulino foi corretamente em todos os lances e pegou as 3 cobranças. O São Paulo é tri da Copinha com a campanha dum time técnico e c
om a raça dum time que se supera numa final.
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