Grandes aqueles que transformam o maior desafio em apenas um obstáculo. Imenso aquele que toma um gol em casa e não se acovarda. Gigante, um gigante lotado, um time gigante de honra gigante e raça imensurável. Esse foi o desfecho da Libertadores da América de 2010, e olha que nem parecia Libertadores.
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Só deu Inter. A competição, notadamente a mais difícil de se vencer no planeta graças à raça de todos os escretes e as adversidades impostas por torcidas e rivais, teve um campeão tão superior aos demais nas semis e na finais que parecia fácil conquistar a América. Nem quando tomou o belo gol de Fabián o colorado teve medo.
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Pelo contrário. Atacando durante os 90 minutos, não demorou pra Sóbis, o eterno colorado, completar cruzamento da esquerda. Com o empate a festa já havia começado, mas faltava algo pra ser Libertadores. Após entrevero entre brasileiros e mexicanos, o clima esquentou. Catimba mexicana, deixa pro Internacional se mostrar guerreiro e, de fato, campeão da Libertadores, na bola e na canela, na técnica e na vontade. Dois golaços de Leandro Damião e Giuliano, o decisivo, deixaram a torcida em polvorosa e os mexicanos irados. Araújo ainda marcou, mas a alegria vestiu-se de vermelho na noite gaúcha.
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Inconstante no início, o Inter aproveitou-se bem do pós-Copa e fez quatro jogos finais memoráveis. Refez escritas e quebrou tantas outras, como mandar pro espaço a retranca dos times Rothinos e vencer com tranquilidade e jogando bonito uma Libertadores da América, feito pra poucos times. Pra grandes times.
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Bolívar ergueu a taça. O nome do venezuelano sonhador, que idealizou uma América unida, ganhou uma conotação ainda mais vencedora graças ao capitão colorado. Outros nomes, como D'Alessandro, Guiñazu, Nei, Alecssandro, Walter, Giuliano, Sóbis, Tinga, Kléber, Taison e Andrezinho entram pro hall dos conquistadores sul-americanos. Sim, sul-americanos, e é bom que apenas sul-americanos pertençam a essa seleta galeria.
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Pela segunda vez a mancha vermelha do Sul do País se espalhou para todo o continente. Com a sua imensidão incontrolável, não há dúvidas de que a Terra pode ter a mesma coloração de Marte em Dezembro.