sábado, 14 de agosto de 2010

A clássica visão do mundo pela leitura

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Não me considero um sujeito normal. Vi muitos adolescentes hoje na Bienal do livro, todos ávidos por lançamentos sobre vampiros, graças a saga Crepúsculo, tão aclamada pelos jovens ( e só por eles ). Numa loja na qual os telões passavam traillers dos filmes e entrevistas com os protagonistas da série, pessoas amontoavam-se e impediam o fluxo dos demais.
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Eu apenas passei reto. Haviam mais pessoas vendo vampiros que presentes na palestra de Caco Barcellos e Serginho Groismann sobre jornalismo, a qual, infelizmente, não consegui ver. Reparava nas sacolas da minha faixa etária e só lia títulos destinados, direta ou indiretamente, aos fãs da série. Decepcionante.
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Minhas sacolas voltaram cheias, mas de livros clássicos, de leitura não tão fácil e nada populares entre a minha idade. Tinha verdadeira aficção em comprar " Os Lusíadas ", de Camões, e " A Arte da Guerra ", de Sun Tzu. Adquiri os dois pelo montante de vinte reais, uma pechincha.
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Por meros seis reais, levei dois livros de Machado de Assis: Quicas Borba e Memórias Póstumas de Brás Cubas. É quase um valor simbólico graças à genialidade das obras, considero a aquisição feita de maneira gratuita. Por outros 6 reais encontrei " Amar, Verbo Intransitivo ", de Mário de Andrade, no estande dum sebo.
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Talvez a maior recordação do dia, no entanto, seja a felicidade de encontrar o autor da série " O Guia dos Curiosos ", Marcelo Duarte. Tenho quatro livros da série, e apenas me arrependi de não levá-los para serem autografados. No entanto, fica a lembrança da conversa com o escritor, de longos quinze minutos, sobre seus trabalhos e sobre o programa no qual ele apresenta na ESPN Brasil, " Loucos Por Futebol ", o qual eu também sou fã.
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Tenho pena de quem sai de casa no frio de hoje para ir comprar artigos sobre vampiros bonzinhos. Sou mais minha vísão cética e não menos lírica de viver.
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