domingo, 22 de maio de 2011

Futebol fora de campo

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Os jornalistas esportivos que julgam saber mais que qualquer reles mortal sobre o esporte bretão falam insistentemente que futebol se ganha dentro das quatro linhas. Eles e os jogadores - a maioria desses, de inteligência nula ou próxima disso - criaram o jargão de que " futebol se ganha dentro das quatro linhas ", uma oração tão pobre de conteúdo quanto de argumento. Tudo que é criado e feito no gramado é apenas o resultado de treinos e métodos que são feitos ao longo de todo o trabalho. Negar isso e acreditar no acaso sempre é duma inocência e duma ignorância sem tamanho.
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Darei dois exemplos pra ilustrar esse fato. Ao longo da década passada, o Palmeiras sofreu com seu departamento médico. Diversos especialistas passaram por lá, mas nenhum conseguia recuperar de fato os seus jogadores, que, vira e mexe, voltavam para o estaleiro. Casos como o de Pedrinho - o popular Podrinho - e Valdivia tornaram-se célebres ao explicar como um departamento médico pode ser tão incompetente e prejudicar tanto um time. Não por acaso, títulos foram raros para o Palmeiras nessa época. Aliado à diretorias amadoras que comandavam o clube, pode-se culpar boa parte dos insucessos palestrinos no começo do milênio graças ao seu DM.
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Recentemente, o São Paulo demitiu o fisiologista Turíbio Leite de Barros e o preparador físico Carlinhos Neves, ambos com passagem pela seleção brasileira. Junto com o fisioterapeuta Luiz Rosan, o trio de especialistas marcou época no São Paulo fazendo o time vencer diversos títulos. Com a demissão dos dois primeiros, subitamente, uma série de lesões começou a abater o São Paulo, que foi eliminado do Paulistão e da Copa do Brasil em dez dias. Hoje também é difícil acreditar que o São Paulo terá fôlego para brigar por algo maior no Brasileirão. Não por falta de elenco, mas sim pelos profissionais extracampo que perdemos. A diretoria, capitaneada pelo tirano e déspota Juvenal juvêncio, é a culpada não só por isso, mas também pela atual fase do São Paulo, que cada dia menos lembra o tricolor que eu me habituei a ver.
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Tenho pena de quem acha que só raça e vontade ganham jogos e campeonatos. É claro que ajudam, e, ao menos pra mim, isso é o mais importante. Mas sem planejamento e bons profissionais em áreas que não entram em campo não há vitórias ou títulos.
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