sexta-feira, 26 de junho de 2009

Dois dias na pele de Maxi López

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O atacante gremista estava em polvorosa. Era pálido. Gelado. A frieza argentina tomava conta de seu corpo numa noite que iria ser tensa. Haviam milhares no Mineirão. Haviam alguns em campo. E havia Maxi López. O jogador levava consigo a esperança do torcedor gremista de fazer um bom resultado fora de casa ante o Cruzeiro. Algum gol. Um empate. Uma vitória. Quem dera. O jogo começou e ele perdeu gols. Muitos. Ele o seu parceiro de ataque Alex Mineiro desandaram. O Grêmio de Autuori não é mais o mesmo. O de Roth era melhor. Quem diria. O gênio Autuori de Libertadores. Onde estaria ? Ninguém sabia.
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Como dizem todos que entendem de futebol. Quem não faz toma. Wellington Paulista 1x0. Cruzeiro. O jogo ficou quente. Era semifinal de Libertadores. Compreende-se. O que não dá para entender é a atitude do argentino. Chamou Elicarlos, jogador celeste, de macaco. Ouviu um Xuxa. Bem mais cabível. Wagner, 10 cruzeirense, chegou. Cor não, bem dizia ele. Aqui temos negros. E exigimos respeito. Talvez agora saiba o motivo de considerarem a Xuxa do demônio.
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Não parou por aí. O Cruzeiro fez mais 2. Wagner e Fabinho. Souza ainda descontou para os gremistas. Pode ser fundamental o tento marcado fora de casa. Que não seja. Maxi López ganhou minha antipatia. Joga muito ? Joga. Mas certas coisas não são cabíveis. Me perdoe o Grêmio. A antipatia durará até o jogador sair do clube. Sou Cruzeiro nessa semifinal. O time do macaco. A raposa. Que vai mostrar que são bem superiores as Xuxas.
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Após o jogo todos foram à delegacia. A Xuxa. O macaco. O gênio superjulgado Autuori. Todos foram liberados. Mas chama a atenção da X, quer dizer, do argentino:
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" No calor do jogo se fala muita coisa absurda que no gramado fica normal. Não o xinguei. Falei por que todos na Argentina falam isso de brasileiros. Nem sei o que macaco significa. "
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Materazzi, em italiano, xingou a irmã de Zidane. Ele, argelino e francês, sentiu. A Copa de 2006 foi marcada pela cabeçada de Zizu. Bem na final. Encerrando a carreira. No gramado nada fica normal. A constituição e os bons-valores éticos lá ficam. Será mesmo que ele não sabe o significado do termo macaco, etnicamente falando ? Os jornais argentinos sempre ilustram isso. Sempre. A Xuxa mal sabe ler. E se todos falam isso no outro lado da fronteira, a situação é complicada. Sou a favor de guerra. Pra mostrar que os macacos sabem manejar armas. Vidas. Sem dó. Deixando as pobres Xuxas dançando o triste tango sob a Lua de Cristal.
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Ele foi dormir de cabeça quente. Sem dúvida. Acordou. Treinou. E certamente viu o jogo entre Brasil x África do Sul. Sabia-se que o resultado não iria agradar Maxi López. Eram só... macacos ? Estavam no lugar onde a Xuxa mais queria se encontrar. E que jogo. Que festa. Confesos que foi o primeiro jogo da Copa das Confederações que vi ao vivo. E me emocionei no início ao ver a mistura de ritmos e a moção que os africanos fazem e dão em seus novos estádios. A competição pode não ser tão bem organizada como na Europa. Mas está bem mais legal de se ver.
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O Brasil jogou melhor. Esbarrava na belíssima marcação do time sul-africano de Joel Santana. Todos aqueles macacos juntos, suando. Por um objetivo. Que a Xuxa não conseguiu. E dava gosto ver tal partida. Aos 42 do segundo tempo, ele ouviu de Galvão Bueno tais palavras em tal momento:
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http://www.youtube.com/watch?v=C-f8gyAXgkE -> " Capricha Daniel, você entrou pra essa bola. Essa é a sua bola Daniel. É a sua bola na Copa das Confederações. É o seu momento Daniel. Capricha essa que é a sua bola Daniel. Vai partir Daniel. Essa bola é sua Daniel. Partiu Daniel. Pé direito... GOOL ! É DO BRASIL ! "
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Ainda ouviu a conclusão. " Essa era a sua bola Daniel Alves ! Aos 42 do segundo tempo ! ". Argentino, será que Maxi López ficou bravo ? Bastante. Ainda mais vendo o orgulho de todos aqueles macacos. Mesmo perdendo. Orgulhosos. Orgulho que a Xuxa jamais teve em um jogo. E jamais teve enquanto humano. E sabendo de seu papel no futebol. A alegria era visivel. A ira da Xuxa idem.
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Essa é a Argentina que eu conheço. Que eu gosto de ver. Adoro. Sempre falando muito. Achando que pode. E perdendo no final.
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