terça-feira, 16 de março de 2010

Dias incomuns

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Quando acordei, pensei, de fato, que seria um dia como qualquer outro. O despertador tocando as 05:30h, o mesmo ônibus, as mesmas aulas duma terça-feira. Pra não ser tão clichê, um diferencial: entreguei o papael pedindo para a diretora do Anglo me autorizar a fazer a carteirinha da VIPE. Deixei o papel na secretaria e peguei no fim do dia. Volto pra casa, faço meu almoço. Nada demais.
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As singularidades começam aqui. Com o tal papel em mãos, eu poderia ir na VIPE fazer o tal cartão. Tenho direito a descontos, é bem mais cômodo, e tal. Não sabia como ir. Fiquei vendo quais ônibus pegar e perdi algum tempo. Antes de sair de cas,a fui pegar os documentos necessários. Para minha surpresa, o comprovante de residência tinha que ser, obrigatoriamente, contas de água ou de luz. E, para minha ira, minha mãe levou tais contas com ela. Me diz, pra quê levar a conta sendo que ela não vai pagar no dia ? Não fui. Bravo de tudo, óbvio, trocando palavras não tão gentis com aquela que me infortuna todo dia.
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Dormi um pouco, vi Chelsea x Inter fazendo lição. Minha mãe, sempre ela, me liga, dizendo que hoje era aniversário duma grande amiga da minha avó e iríamos lá. Convenhamos, após passar a tarde fazendo exercícios de fatoração uma saída de casa não faria mal a ninguém. Peguei o presente e fiquei esperando minha mãe, minha irmã e minha avó na porta do prédio da outra senhora.
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De repente, para um carro, do outro lado da rua. Dois homens, com uns 30 anos e vestidos como dois jovens, sobem as escadas do prédio. Notei que um deles tinha uma camisa parecida com a de um primo meu. No entanto, ele era de Lençóis Paulista, a 280 km de São Caetano, e jamais viria pra São Caetano numa terça-feira à tarde, sendo ele um cidadão trabalhador.
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Os dois, então, perguntam ao porteiro, se conheciam a minha família. Vão falando todos os nomes. Eu já subia as escadas, com a certeza de que era ele, ainda mais graçs ao sotaque caipira, carregando o " S ". Ao término das perguntas dele, gritei:
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" Você veio no prédio errado, Gabriel ! "
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Ele não vinha pra cá há 6 anos, e confundiu o prédio, que, por sorte, era da amiga da minha avó. Eu, ele, e um amigo estávamos totalmente chocados com a situação, rindo. Fomos para casa e ele me explicou o porquê estava aqui.
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Bem resumidamente, ele veio comprar um carro. Iria dar outros dois, mais velhos, como entrada. Porém, a loja fica em Santo André, os carros não eram usados frequentemente e estavam com alguns problemas. Após a viagem de 280 km de Lençóis Paulista até São Paulo, os automóveis ratearam. Pararam em plena Marginal Pinheiros, deram despesas, e tudo mais. Ao chegar na loja, foram prejudicados por pessoas de má fé, que se aproveitaram do fato deles serem interioranos, e extorquiram montantes consideráveis de dinheiro do meu primo.
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O negócio seria feito num único dia. Logo, ele sequer trouxe uma troca de roupa. Com todos os problemas, eles precisariam passar a noite aqui. Pediram a indicação dum hotel, mas resolveram nos procurar, após tanto tempo sem vir aqui. Na verdade, ele não vinha há 6 anos aqui, mas vou com alguma frequência ve-lo e ver minha família na cidadezinha. E nos encontraram dessa forma tão inesperada.
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Cada dia vejo que cada dia é diferente. Mas esse, realmente, bateu todos os limites da surpresa.
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