Em ano de eleição, todos já sabem o assunto que dominará os jornais. Alianças políticas, pesquisas de intenções de voto, estratégias e propagandas... o pleito toma conta da mídia. Em 2010, no entanto, os brasileiros tiveram algo a mais pra se preocupar. E, pro espanto geral, tudo, inicialmente, correu seguindo o bom-senso, o que, convenhamos, não acontece muito nesse país.
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O primeiro fato foi a decretação da prisão do ex-governador do DF, José Roberto Arruda. Envolvido num escândalo de arrecadão de dinheiro para fins pessoais, onde os acusados guardavam o montante no paletó, na cueca e até na meia, ele primeiroe eprdeu o cargo, e depois foi pro xadrez. Esperava-se que ele conseguisse um habeas corpus, o que foi negado. Sua permanência átras das grades dura até hoje, fato a ser lembrado com alegria. O vice, também no esquema, não ficou uma semana no cargo. A justiça está sendo feita na capital federal.
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Paralelamente a isso, um projeto de lei ganhou espaço. Organizado pelo povo, o texto pede, resumidamente, que candidatos com ficha policial sejam impedidos de disputar as eleições, daqui pra frente. Tal lei ganhou o sugestivo nome de Ficha Limpa. Fechando o ciclo, a condenação do casal Nardoni, acusados de matar à sangue frio a menina Isabella, davam a impressão que o Brasil começava a entrar no eixo, com uma política que se recuperava e uma Justiça mais justa.
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Doce ilusão. A tal lei Ficha Limpa teve sua votação adiada no Congresso, e não valerá para as eleições de 2010. A história brasiliense, até então perfeita, ganhou um traço humilhante: a eleição para governador do Distrito Federal será realizada de maneira indireta. É vergonhoso ter candidatos tão despreparados e, sobretudo, voltar aos tempos de ditadura para contornar tal situação.
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A política paulistana também teve seu momento triste. A lei que impedia qualquer evento esportivo de acabar depois das 23:15h, para maior comodidade da população, foi vetada pelo prefeito Gilberto Kassab, a fim de não prejudicar a transmissão da Rede Globo. Kassab, aliás, é um caso espeial nessa zona que podemos chamaer de politicabem brasileira.
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Começou seu mandato após a eleição de José Serra para o Palácio dos Bandeirantes. Logo no início, fez a lei Cidade Limpa, que bateu de frente com os interesses da grandes empresas, impedindo-as de fazer propagandas grandes demais. Depois, peitou viações e transportadoras, impedindo ônibus e caminhões de circularem pelo centro expandido no horário de pico. Dava mostras de ser um político de bom senso, no caminho certo. Aos poucos, foi se perdendo.
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Tudo estava bom demais pra ser verdade. Agora, voltemos ao frênesi tão chato de sempre e ver quem é o próximo predestinado a tentar mudar tudo isso, ou encher seus cofres de dinheiro ilícito.