quinta-feira, 15 de julho de 2010

Topicopa

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Bafana Bafana: O desempenho mediano da seleção sul-africana na Copa do Mundo não abalou o sempre alegre povo local. Pra quem achava que o país subdesenvolvido iria desapontar organizando um mundial quebrou a cara. Estádios belíssimos e uma comodidade acima do previsto foram os destaques por parte dos anfitriões. O golaço de Tshabalala, primeiro do certame, empolgou, mas a primeira vitória veio só na última partida e a terceira colocação no grupo A foi insuficiente pra levar o selecionado pra segunda fase. Fica a lembrança dum povo feliz, apesar de todos os pesares, e satisfeito em conseguir a atenção mudnail apra seus sorrisos e seus problemas.
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Celeste Soy Yo: Ao chegar na África, o Uruguai ouvia as mesmas palavras de sempre dos ditos especialistas: é uma seleção de camisa, mas falta algo. Imagina se não faltasse, não ? No mundial da superação, vimos um Uruguai melhor a cada jogo. Após o sonolento empate na estreia ante a França, os platinos acharam a fórmula do sucesso. Para isso, foi necessário o sacrifício do melhor jogador da equipe, Diego Forlán. Ele, atacante, atuou como meia de ligação, deixando a função de matador para Luis Suárez e a de segundo atacante para Cavani. A escolha revelou-se boa para a seleção, que terminou numa surpreendente quarta colocação, e para o loiro, eleito pela FIFA como o melhor jogador da competição. Sobre a campanha uruguaia, uma só palavra: emoção. No 2x1 ante a Coreia com o golaço de Suárez, nos 3x2 desfavoráveis ante Holanda e Alemanha, na vitória da raça ante a África do Sul por 3x0 ( com direito a um golaço de Forlán ), e, sobretudo, no 1x1 ante Gana, nas quartas de final. No jogo, Suárez foi merecidamente expulso após meter a mão criminosamente na bola, num ato de desespero ao ver a bola se aproximando da linha de gol. O pênalti foi desperdiçado, e o camisa 9 foi de vilão a heroi num chute. Antes de sair da disputa pelo título, outra demonstração de garra. Maxi Pereira fez 3x2 ante a Holanda, nos minutos finais da partida, e se viu uma blitz incrível perto da meta laranja. Infelizmente não deu, mas a Celeste voltou.
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Domenech, o espelho francês: O saudoso Otto Glória disse certa vez que o treinador ideal prum time é aquele cujas ideias servem como espelho para seus atletas. Visto isso, Raymond Domenech, técnico francês, foi a mais perfeita síntese do esquadrão francês nessa Copa do Mundo: feio, perdido, desrespeitoso para com a rica história dos Bleus no futebol e mal-educado. Tal qual em 2002, a França foi eliminada na primeira fase e na última colocação de seu grupo, vergonhosamente. Mais vergonhoso que tal campanha, só o fato do treinador franco não cumprimentar Carlos Alberto Parreira após o término do terceiro jogo, numa atitude pouco condizente com qualquer esporte. Isso sem contar no fato de viver às turras com a imprensa de seu país e dispensar o atacante Anelka sem maiores motivos concretos antes mesmo do fim da participação francesa no torneio. Ao menos ele tem seu lado cômico, pois escala o time de acordo com a astrologia, deixando, por exemplo, o craque Thierry Henry no banco por ser leonino, não condizendo com o mapa astral planejado por ele para levar o bicampeonato. Complicado, não ? Pois é, eu também não entendi. O futebol puniu, e a França não foi muito longe.
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Decepção ou volta por cima ?: Terminada a eliminatória, a Argentina ganhou a vaga na Copa após um perigoso quarto lguar, obtido à duras penas na última partida da seleção. Nos amistosos do primeiro semestre, a equipe foi se acertando, e graças a nomes de peso como Messi, Tevez e Verón, ganhou o eternos tatus de favorita. Na primeira fase viu-se um show de futebol argentino, principalmente nos 4x1 sobre a Coreia do Sul. Contra o México a Argentina parecia se complicar, mas a sorte sorriu para o país ao ver um gol irregular de Tevez validado pelo árbitro. Carlitos, aliás, fez um gol impedido, é verdade, mas fez também um golaço no mesmo jogo. O time caiu após tomar um banho de bola da Alemanha, por 4x0, e como em toda a Copa Maradona chamou a atenção, visivelmente emocionado e envolto dum sentimento patriota sempre legal de ser visto. Dentro de campo, a ofensiva seleção pensava ter em Tevez seu maior estandarte, mas brilhou a estrela do jovem Higuaín, atacante matador do Real Madrid de apenas 23 anos de autor de 4 gols no certame.
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Decepção inglesa: Brasil e Espanha eram favoritas pra qualquer pessoa que entendesse o mínimo de futebol nessa Copa. Depois apareciam as demais seleções, e talvez a terceira mais cotada pro título era a Inglaterra. Na primeira fase, um futebol sofrível e apenas uma vitória contra a Eslovênia, de forma apertada. Ainda houve espaço pro frangaço do goleiro Green ante os Estados Unidos. Nas oitavas-de-final, o English Team enfrentaria a Alemanha e seu bom futebol. Os bretôes tomariam vergonha na cara e jogariam ? Após tomar dois gols e reagir com gol do bom zagueiro Upson, Lamaprd chutou de longe e fez um golaço. Sim, um golaço. O mundo inteiro viu a bola que entrou, e entrou muito dentro do gol. Mas o juiz não viu, e não houve gol. Dos maiores escândalos desse mundial. A partida acabou 4x1, com show alemão na segunda etapa. Poderia ter sido diferente caso o gol fosse validado, mas isso não apaga a vergonha dos ingleses esse ano.
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Futebol suor: As seleções norte-americanas nunca chamaram a atenção no futebol. Ou melhor, no soccer, segundo eles. Mesmo com resultados não tão desastrosos assim desde quando sediaram a competição, em 94, o futebol nunca foi vistoso e nem tinha muito a apresentar. Nesse ano, algo se destacou na seleção yankee: a garra. Nas quatro partidas do selecionado, em todas os jogadores demonstraram uma vontade incrível de vencer, algo muito bacana de ser visto. O reflexo disso foi o último jogo da fase de grupos, ante a Argélia. Uma vitória colocava o time na primeira fase do grupo, mas o empate sem gols persistia até os minutos finais da partida. Nos acréscimos, após bate-rebate na área, Donovan faz o gol chorado, o da classificação norte-americana, comemorado de forma efusiva e extasiante. Contra Gana, nas oitavas-de-final, mais raça, não se entregando jamais mesmo com o 2x1 adverso. Mas a linha acabou aqui pros americanos. De consolação, a certeza de que o futebol nos Estados Unidos evoluiu absurdamente de do ano passado ao que era antigamente.
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Alguém sentiu falta do Ballack ?: Essa foi a pergunta que todos se fizeram após o dia 10 de Julho, depois do triunfo alemão na decisão do terceiro lugar vencida pelos tedescos ante o Uruguai. Ballack, principal estrela alemã já há algum tempo, contundiu-se pouco antes da Copa. Em seu lugar entrou um meia que não era titular absoluto nem de seu clube, o jovem Muller. Ele, junto com Ozil e Schweinsteiger, deram origem ao melhor meio campo do mundial, o mais envolvente e de melhor toque de bola. Com Klose atuando como centroavante, Podolski quase como um ponta-esquerda e Lahm sempre bem na lateral-direita, a Alemanha veio como um furacão, desacreditado e jogando muito. O time até perdeu num jogo atípico ante a Sérvia, mas não se abalou e fez 16 gols em 7 jogos, o melhor ataque do mundial. Klose tornou-se o segundo maior artilheiro na história das Copas, com 14 gols, após anotar quatro nessa edição. O jovem, leve e ótimo time, de contra-ataque letal, tem nos garotos Ozil e Muller a promessa duma Copa de 2014 espetacular. Já nesse ano os germânicos encantaram, o que não estão acostumados a fazer.
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It's not time for Africa: Uma das duas músicas-tema da Copa, " Waka waka ", da cantora colombiana Shakira, tinha como subtítulo " It's time for Africa ". Caso ela quisesse se referir à oportunidade singular do continente msotrar-se para o mundo sediando uma competição importantíssima, ela acertou. Mas, se apostou no futebol, deu com os burros n'água. Ao menos quatro das seis seleções tinham condições de fazer um bom papel no mundial. Não dava pra esperar muito dos argelinos, a África do Sul conseguiu uma vitória e foi além do que se imaginava. Camarões perdeu as três partidas e decepcionou muito, tal qual a Costa do Marfim, presa fácil pro Brasil e incapaz de fazer um gol em Portugal. A Nigéria só fez um ponto em seu grupo e terminou como lanterna, em campanha pífia. Quem honrou, ou melhor, fez história nessa Copa foi Gana. As Estrelas Negras fizeram bonito no grupo da Alemanha, e passaram na base da vontade e do faro de gol do atacante Gyan contra os EUA. Nas quartas-de-final os ganeses até mereciam a classificação, mas Suárez impediu o gol nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação e o mesmo Gyan perdeu a penalidade máxima. Na disputa de pênaltis, os erros de Mensah e Adiyiah eliminaram os ganeses. Mesmo assim, a seleção tornou-se a terceira equipe africana na história a tornar-se quadrifinalista dum mundial, igualando as colocações de Camarões-90 e Senegal-02. A geração de Essien e Gyan honrou Abedi Pelé.
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Menos beleza e mais resultado: Nas eliminatórias européias, apenas Holanda e Espanha terminaram a trajetória com 100% de aproveitamento. A Holanda apresentava um belo futebol, de toque de bola, ofensividade, 3 atacantes e belas jogadas, como é sua tradição. Nessa Copa, porém, tudo mudou. Uma seleção sem graça, ainda que eficiente e atuando apenas pra vencer deu o tom, e todos se eprguntavam onde estava aquela seleção acostumada a encher os olhos, sob qualquer cicunstância. O laranja só não azedava pois os resultados vinham, querendo ou não. Foi assim na primeira fase e nas oitavas-de-final ante a forte e nao menos fria Eslováquia. Nas quartas, contra o Brasil, todos esperavam os europeus fora, sobretudo após o gol de Robinho e o show no primeiro tempo. Após o intervalo eles viraram e dominaram a partida, nos eliminando, para incredulidade geral. Contra o Uruguai, nas semifinais, nova vitória apertada, dessa vez por 3x2, após levar um sufoco descomunal no fim da partida e marcar um golaço vindo dos pés de van Bronckhorst. A seleção de Robben, Sneijder e sobretudo do cai-cai e do teatrinho pra juiz ver, quem diria, chegou até a final. Nela, protagonizou um jogo de nível técnico abaixo da crítica, e desferiu pontapés pra todos os gostos, incluindo um chute digno de MMA de De Jong, no peito de Xabi Alonso. A Holanda merece muito um título pra honrar as 3 décadas nas quais teve ótimos jogadores e conjuntos clamorosos, mas o caneco definitivamente não merecia vir nesse mundial.
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Futebol não é vinho: Os apreciadores dum bom vinho e os enólogos, consequentemente, vivem dizendo que quanto mais velho o rótulo, melhor. Marcelo Lippi, técnico italiano, lembrou-se da máxima e adaptou-a ao futebol, em vão. Com uma seleção muito envelhecida e sem renovação alguma ( até por reflexo do futebol italiano, que não revela mais ninguém ), a Squadra Azzurra foi a campo sem disposição e sem poder da reação. A experiência aqui era eufemismo de velhice, e não fez nada bem à seleção da bota. Um primeiro jogo fraco contra o Paraguai, um empate desastroso ante a Nova Zelândia e uma partida emocionante ante a Eslováquia, na qual os últimos 15 minutos foram de gols e pressão azul, resultando até num lance salvo pelo zagueiro eslovaco em cima da linha minimamente duvidoso foi tudo o que fez a tetracampeã do mundo. A atual campeã da Copa despediu-se sem nenhuma vitória, na lanterna do grupo e sem deixar saudade alguma.
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Estreante mal-educada: Era a primeira vez da Eslováquia em Copas após a separação da República Tcheca, na antiga Tchecoslováquia. A seleção chegava com alguma esperança, pois tinha um conjunto no qual despontavam três nomes de respeito. Weiss, além de filho do técnico, é um jogador com alguma técnica e de fôlego acima do normal. Vittek tem faro de gol, tanto que guardou um por jogo no mundial, na média. Comandando tudo isso, Hamsik, camisa 10 à moda antiga. Após eliminar a Itália numa partida que mostrou os brios da equipe, eles foram eliminados pela vice-campeã Holanda, e vendendo muito caro a derrota por 2x1. Olho neles. O país já formou uma república de respeito nos primórdios do futebol e agora parece manter o bom nível.
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A musa e a surpresa: Nunca se falou tanto do Paraguai numa Copa do Mundo. Enquanto a seleção guarani fazia um bom papel no mundial, terminando em primeiro lugar no grupo da gigante Itália, uma morena de seios voluptuosos e beleza latina de nime Larissa Riquelme fazia com que todos ganhassem uma simpatia pelos locais. Ela prometia sair nua pelas ruas de Assunción caso o escrete nacional chegasse até as semifinais. Após um jogo terrível ante o Japão nas oitavas-de-final, veio a Espanha na fase seguinte. E eles quase fizeram a modelo tirar a roupa. Perderam pênalti, defenderam pênalti e só foram eliminados graças a um gol chorado do craque David Villa. Não deu pro Paraguai, mas a seleção nunca teve tantos olhares pra si, seja pelo futebol consistente ou pelo decote de Larissa Riquelme.
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Dando trombadas: Foi assim que o Brasil jogou nessa Copa. Na base da canelada, da bicuda, do jogo feio e do futebol defensivo. Contra Coreia do Norte e Portugal, que não atacavam o Brasil, jogos sonolentos. Ante os asiáticos, ao menos veio a vitória, por 2x1. Já contra os lusos, um 0x0 no piores jogos da Copa. A Costa do Marfim atreveu-se a ir pra cima dos únicos pentacampeões do mundo, e perderam por 3x1 no melhor jogo brasileiro na primeira fase. Nas oitavas-de-final veio um freguês de mão cheia, e não tivemos dificuldades em bater o Chile por 3x0 atuando no contra-ataque letal de nossa seleção. Contra a Holanda, um primeiro tempo primoroso com duas jogadas espetaculares ( a do gol e a da finalização de Kaká ). Mas a Laranja Mecânica virou o jogo, e perdemos da forma que sempre jogamos: futebol ríspido e viril. Robben era puro teatro, e Sneijder foi pura eficiência ao marcar os dois gols da nossa eliminação. Apesar do fracasso retumbante, houveram destaques positivos, como a garantia de que nossas defesas vem melhorado demais para com o tempo. Muitos colocaram Juan na seleção da Copa, e todos se eprguntavam quantos Lúcio existiam no campo, devido a sua vontade de jogar. Por outro lado, nossa única estrela, Kaká, deixou muito a desejar, tanto quanto todas as demais estrelas sem um grande histórico de jogos de maior raça.
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Mundo comunista: Representando os poucos países que ainda adotam o comunismo como forma de governo atualmente, veio a Coreia do Norte. Na estreia ante o Brasil, se a seleção não demonstrou muito, chamou a atenção o camisa 9, Jong Tae Sae, o Rooney asiático, chorando feito criança, dominado pela emoção de atuar na Copa, defender seu país e jogar contra uma das seleções mais respeitadas do mundo. Satisfeito com o resultado e com o bom desempenho da equipe na estreia, o rígido governo do país decidiu transmitir ao vivo a partida contra Portugal. O vexame foi histórico, 7x0 para os patrícios e uma vergonha descomunal para o ditador Kim Jong Il. Eliminada na priemira fase, muitos disseram que os atletas seriam presos por envergonhar o sistema e o país. Não se pode saber se é verdade, e nem nunca poderemos saber, graças ao isolamento norte-coreano do resto do mundo.
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Parece piada: Uma seleção que deposita toda a sua esperança em um só jogador e tal atleta não corresponde, um time que faz todos os seus gols num mesmo torneio em apenas um jogo e mesmo assim termina como um dos melhores ataques da competição. Certas coisas são piadas-prontas portuguesas, não é possível. Cristiano Ronaldo mostrou mais uma vez que é só modelo, e mais olhava pro telão do que via a bola. Quem de fato jogou, e jogou muito bem, foi o meia Tiago, o lateral-esquerdo Fábio Coentrão ( talvez o único destaque nessa posição ) e o goleiro Eduardo. O arqueiro, aliás, destacou-se não só pelas defesas, mas também por chorar copiosamente após a eliminação patrícia ante a Espanha, num jogo no qual o resultado poderia ser diferente. Não foi dessa vez que o título tão sonhado português veio.
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Muito mais que touradas: Pela primeira vez na história, a seleção espanhola chegava à Copa do Mundo como favorita. O rótulo quase veio abaixo após a surpreendente derrota na estreia ante a Suíça, na qual a mais ofensiva seleção bateu a mais defensiva, num revés memorável pro futebol-arte. A volta por cima, nas vitórias ante Honduras e Chile, classificou-os em primeiro. Após fazer um jogo igual contra Portugal e se classificar na sorte, veio o forte Paraguai. Outro jogo emocionante, e o gol de David Villa, suado, selou a classificação pras semifinais pela primeira vez na história da Fúria Roja. Villa, aliás, merece algumas linhas. A seleção tinha em Fernando El Niño Torres sua principal esperança de gols, mas foi o meia do Barcelona que salvou a pátria, literalmente, e tornou-se dos melhores jogadores do mundial. Na reedição da final da EuroCopa de 2008, a Espanha levou a melhor de novo graças ao gol do ícone Puyol. A Espanha, acostumada a ser freguesa, ganhou sua própria seleção a qual pode se gabar. Na finalíssima ante a Holanda, os espanhóis aguentaram as porradas neerlandesas e contaram com os reflexos apurados de Casillas quando necessáro, e venceram na prorrogação com gol do volante-operário Andrés Iniesta. Poucas vezes viu-se um título tão bem ganho e tão merecido quanto em 2010.
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O grupo das diferenças: O Grupo H da primeira fase merece um páragrafo especial. Nele estavam duas seleções extremamente ofensivas, Espanha e Chile, e uma com um ferrolho defensivo já conhecido, a Suíça. A estrelada Espanha contrastava com a humilde seleção de Honduras. Os ótimos zagueiros suíços e espanhóis eram o contrário dos defensores de pouco índce técnico dos chilenos e hondurenhos. E claro, eram três países latinos, algo raro numa Copa. Ao menos a ofensividade levou as duas vagas do grupo.
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Juízes, pra quê te quero ?: Nessa Copa do Mundo, talvez fosse melhor não termos trio de arbitragem. Os erros foram tão primários e crassos que seria melhor deixar a porrada comer a ter algum controle. Alguns jogos, acredite, seriam mais justos assim. O impedimento de Tevez no primeiro gol ante o México só não foi nítido pro mundo inteiro pois o atacante estava tão na frente dos zagueiros que a câmera não conseguiu mostrá-lo no lance do gol. De repente, viu-se Carlitos. Na frente de todos os demais. E o gol foi anotado, mesmo com a repetição no telão do Soccer City e o juiz vendo-a. E sobre o gol de Lampard em Inglaterra x Alemanha ? Todos certamente viram aquela bola dentro do gol. Muito dentro do gol, questão de meio metro, no mínimo. Ambos esses lances, caso tivessem outra interpretação do juiz, a certa, causariam grandes rebuliços nas partidas. Podemos citar também a expulsão minimamente estranha de Kaká ante a Costa do Marfim. E, bem... quer algo mais estranho que o árbitro brasileiro, o tão falado Carlos Eugênio Simon, apitando bem suas partidas no mundial ?
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Capítulo à parte: Nunca se falou tanto duma bola de Copa do Mundo quanto tratou-se da Jabulani em 2010. Os atacantes a chamavam de sobrenatural, os goleiros a criticavam ferrenhamente. Tanta tecnologia prum futebol mais bem jogado foi desprezado por todos. Verdade seja dita: nos lances de super câmera lenta a deformação da pelota ao se chocar contra o corpo, sobretudo em cabeçadas, realmente impressionava. No entanto, não se pode negar que a Jabulani virou muleta pra muito jogador perna-de-pau sair por cima.
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Jornalistas mal-tratados: Praticamente todas as seleções fizeram treinos fechados em número excessivo, prejudicando a imprensa. Porém, duas grandes seleções fizeram outras práticas que dificultaram o trabalho dos jornalistas. Os repórteres franceses, declaradamente brigados com o treinador Raymond Domenech, foram impedidos de fazer qualquer imagem dos Bleus durante um bom tempo antes e durante a Copa, além de ouvir vários impropérios do técnico durante as coletivas. Já na seleção brasileira, Dunga mostrou-se intransigente e irritado, como sempre, para com a classe jornalística. Num episódio de destaque, barrou a reportagem da toda-poderosa Rede Globo de Televisão, que iria fazer uma exclusiva com alguns membros da seleção. Dunga mostrou-se firme ( mesmo o achando correto em sua decisão ), e ameaçou até entregar o cargo caso não fosse respeitado, bradando contra a emissora e contra a CBF. No entanto, o capítulo mais impressionante dessa relação de puro ódio entre o técnico canarinho e o jornalismo local deu-se após a vitória brasileira contra a Costa do Marfim. O repórter Alex Escobar, da Globo e da SporTV, falava ao celular com Tadeu Schmidt. Dunga interrompeu a entrevista e perguntou, ironicamente, se estava tudo bem com ele. O jornalista respondeu afirmativamente, e o treinador, no intervalo de cada pergunta, vociferava diversos palavrões destinados a Escobar.
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Futebol de mão: Engana-se quem pensa que só os goleiros podem colocar a mão na bola. Ao menos na Copa do Mundo, não foi assim. A polêmica se iniciou ainda nas eliminatórias, com o gol da classificação francesa ante a Irlanda. No lance, Henry, antes de cruzar a bola, leva claramente a bola com a mão. No mundial, dois lances chamaram a atenção. No golaço de Luís Fabiano contra a Costa do Marfim, por duas vezes o camisa 9 brasileiro levou a bola com a mão. Ou melhor, no peito, como Fabuloso disse para o árbitro. O lance mais escandaloso, porém, foi na partida entre Gana x Uruguai. No último minuto da prorrogação, Gyan chutou e Suárez, desequilibrado, colocou a mão na bola, impedindo o gol. Dessa vez, o a´rbitro viu e corretamente expulsou o atacante da Celeste Olímpica. O pênalti foi desperdiçado e foi o Uruguai quem passou pras
semifinais, mas não se pode reclamar do trio de arbitragem dessa vez.
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Figuras extracampo: Duas figuras, uma mundialmente conhecida e outra nem tanto, ganharam destaque nessa Copa. A famosa era Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones. O cantor esteve presente em três partidas no mundial, torcendo pra EUA, Inglaterra e Brasil. Nesses jogos, venceram Gana, Alemanha e Holanda, respectivamente. Concomitantemente a isso, um simpático polvo alemão de nome Paul fazia previsões sobre a seleção nacional. Acertou as vitórias contra Austrália e Gana na primeira fase, e até a derrota ante a Sérvia em seu grupo. Disse também que os tedescos venceriam Inglaterra e Argentina, previu a derrota para a Espanha e a vitória na decisão de terceiro lugar contra o uruguai. Na final, o mundo parou. Mick Jagger torcia pra Espanha, e o povo Paul apostou na Fúria. Veríamos então qual mandinga era mais forte. Nessa o animal de oito patas venceu, graças ao gol de Iniesta. É bom demais esse polvo, e como é bom ter um mundial animado por esse tipo de brincadeiras.
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Observação: Numa Copa marcada por naturalizações e por negros em equipes europeias, a seleção campeã não tinha sequer um afrodescendente, sendo das poucas equipes totalmente caucasianas. E isso ocorreu bem na Copa da África, o continente negro.
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Seleção da Copa: Kingson; Lahm, Lúcio, Piqué e Fábio Coentrão; Schweinsteiger, Iniesta, Ozil e Villa; Higuaín e Suárez.
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Top 8 gols bonitos: 1° → van Bronckhorst - Holanda 3x0 Uruguai
2° → Luís Fabiano ( segundo ) - Brasil 3x1 Costa do Marfim
3° → Tshabalala - África do Sul 1x1 México
4° → Suárez ( segundo ) - Uruguai 2x1 Coreia do Sul
5° → Birsa - Eslovênia 2x2 EUA
6° → Forlán ( primeiro ) - Uruguai 3x0 África do Sul
7° → Tevez ( segundo ) - Argentina 3x0 México
8° → Forlán - Uruguai 2x3 Alemanha
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