quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A eleição das redes sociais

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Após passar mais de um semestre trabalhando com mídias sociais, me tornei (ainda) mais chato ao analisar e procuar referências a esse tipo tão novo e fascinante de comunicação. No tempo que fiquei em casa e acompanhei o horário eleitoral gratuito, pude reparar o quanto as diversas plataformas dessa espécie começam (mesmo que bem pouco nesse início) a tornar-se uma importante ferramenta para obter votos. 
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Em São Paulo, a candidata à Prefeitura Soninha Francine (PPS) exalta demais seus programas na internet, disponibilizando a íntegra de comerciais, materiais e programas em seu canal no Youtube - algo, aliás, que muitos candidatos estão fazendo. Ela também é muito atuante em suas redes sociais pessoais, sobretudo no twitter.
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Porém, um partido destaca-se por seu amplo apoio às midias sociais, complementando muito bem seu horário no rádio e na TV. Todos os candidatos a vereador na capital paulista do PMDB podem, logo abaixo de seu nome, colocar a URL de seu Facebook ou de seu Twitter para os eleitores saberem mais sobre suas propostas. Em tempos nos quais a maioria da população tem acesso a internet, é uma sacada muito inteligente e pioneira dos coordenadores da campanha peemedebista. 
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Para terminar, o candidato a prefeitura de São Caetano do Sul do mesmo PMDB lançou seu jingle - viciante, inclusive. Eis que o refrão da canção começa com os sugestivos versos "É pra curtir, é pra compartilhar" - ações muito familiares para qualquer pessoa que saiba o mínimo no Facebook.
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Na cidade do ABC Paulista também ocorreu o maior anti-exemplo de redes sociais em campanhas políticas: o vídeo que tirou Edgar Nóbrega (PT) da campanha à prefeitura municipal, divulgado no Youtube. Ele negocia o apoio de seu partido ao partido governista e... o resto é história. 
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Resta agora saber como tais estratégias serão aceitas pelo público em geral. Em tempos nos quais o interesse pela política em geral está baixíssimo, deslocar o conteúdo dos candidatos da TV e do rádio para qualquer outro lugar pode ser um tremendo erro - ora, quem vai buscar informações e projetos na internet quando pode se fazer tantas outras coisas ? Por outro lado, é uma tentativa, e qualquer tentativa deve ser valorizada. Ao investir em redes sociais, é visível a preocupação dos candidatos com seu público mais jovem - público esse que historicamente carrega a esperança de renovação e correção do eleitorado e de seus representantes. 
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Em eleições passadas já tivemos cases com redes sociais, ainda que timidamente. Marina Silva, a grata e grande surpresa das eleições de 2010, usava (e usa até hoje) constantemente seu Twitter para propagar suas ideias. Dilma Roussef e José Serra ameaçaram seguir pelo mesmo caminho, mas abandonaram suas vidas cibernéticas tão logo o pleito acabou. Nos EUA, Barack Obama reforçou seu carisma e sua aproximação dos jovens eleitores nas eleições americanas de 2008 ao tornar-se hard user de Twitter.
É cedo para falarmos algo, mas, mesmo assim, é um momento decisivo. Se esses candidatos emplacarem boas votações, as redes sociais virão com tudo para a eleição de 2014. Se não, podemos ter mais uma boa ideia relegada ao segundo plano eternamente, e fecharemos ainda mais portas para novas iniciativas na politicagem nacional.
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