domingo, 30 de setembro de 2012

Como o Palmeiras, apesar de tudo, venceu a Copa do Brasil

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No mesmo estilo do post anterior, no qual falo sobre como o Corinthians venceu as Américas pela primeira vez, acho justo falar sobre como o Palmeiras conseguiu o que muitos davam como impossível: vencer a Copa do Brasil com um time bem inferior a alguns outros adversários. A análise, aqui, é mais simples, já que envolve muitos nomes, um jogo específico e um aspecto do campeonato. Explico:
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Marcos Assunção
No dia do título, comentei no Twitter que nenhum jogador merecia mais um troféu que Marcos Assunção. Não me arrependo um segundo sequer do que disse. Jogador rodado, com um bom pé dinheiro e reconhecido, ele assumiu o risco de ir prum time muito pouco cotado pra tudo. Logo tornou-se ídolo por sua entrega em campo e por suas cobranças de falta próximas da perfeição. Assunção, então, ganhou a braçadeira de capitão e ergueu a taça de campeão. Nada mais justo e merecido.
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Hernán Barcos
Nos últimos tempos, o Palmeiras caracterizou-se por ser um time com falhas (mais do que a maioria de seus concorrentes), todas elas decisivas. Um desses pontos fracos sempre foi a falta de um centroavante eficiente, efetivo e verdadeiro. Para ficar nas comparações, o Corinthians teve Ronaldo e Liédson, o São Paulo teve Washington, Luis Fabiano e Borges - que também jogou no Santos, que contou também com André. Conntratado junto à LDU, o argentino chegou e logo notabilizou-se por ser um artilheiro. Os gols do Pirata muitas vezes salvavam um jogo ruim e toda a equipe e garantiam resultados vitais para a outra fase.
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Jorge Valdivia
O talento dele é inegável, mas ele adora perder o foco, ficar contundido e arrumar confusões e polêmicas (muito) desnecessárias. Na Copa do Brasil, o Mago mostrou uma faceta que ficou evidente no Paulistão de 2008 e estava sumida: quando ele quer, ele decide. E, nos últimos títulos palestrinos, foi ele o maestro. Basta ele continuar querendo, e querer cada vez mais.
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Luan
Sei que muitos palmeirenses vão rir dessa minha colocação, mas Luan é muito importante para o Palmeiras - ao menos era com Felipão no comando. Ele era o carregador de piano, que aguentava os burros enquanto as estrelas brilhavam. Para dar total liberdade a Barcos (o técnico gaúcho nunca gostou de livrar jogador nenhum de suas responsabilidades na marcação) e para não deixar Valdivia sobrecarregado, Luan se sacrificava, vinha buscar jogo e corria como um louco. Realmente a técnica nunca foi umd e seus fortes, mas sua entrega merece ser exaltada.
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Luiz Felipe Scolari
Gaúcho, copeiro e peleador. Mais do que uma simples frase, essa é uma frase corriqueira no Rio Grande do Sul, que adora exaltar seus feitos heróicos e contra tudo e todos. Felipão é gaúcho, é copeiro e é peleador, tudo isso em doses extremas. Ele faz de tudo para motivar seus jogadores, sabe blindá-los e sabe como formar uma família - o pentacampeonato da seleção brasileira em 2002 não me deixa mentir. Na Copa do Brasil, ele conseguiu motivar um time fraco e desacreditado, e transformá-lo em um time guerreiro e vibrante, que não precisou jogar bonito (e nem bem) para tornar-se campeão. Brilhante. 
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César Sampaio
Outra figura contestada, mas essa por não ser exaltada da forma que deveria ser reconhecida. Ao chegar para o cargo de gerente de futebol, então inexistente no Palmeiras, ele assumiu uma imensa bronca: chefiar todo o elenco profissional e intermediar as sempre tensas conversas entre o técnico e a diretoria - e imagine como não eram as conversas entre o tão expressivo e sincero Felipão e uma diretoria absurdamente irracional, perdida e acéfala. Mais do que ser o primeiro a ocupar um cargo tão importante, Sampaio deu as coordenadas: paciência, inteligência, sapiência e respeito. O time e o técnico passaram a se preocupar com o que faziam em campo, e a diretoria não interferia mais tanto na equipe. 
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Chaveamento
Sem querer tirar os méritos do Palmeiras na conquista, mas sua caminhada até as semifinais foi uma benção. Enfrentar Coruripe e Horizonte, com too respeito, é um começo dos sonhos. O Paraná até tem algum nome, mas o time não mete medo em ninguém há muito. O Atlético Paranaense tem uma camisa pesada, mas a fase na época do jogo era muito ruim - e o time estava nessa mesma toada. O time, então, empolgou. Começou-se a falar que o time era um na Copa do Brasil e outro longe dela - o que eu não acredito e nem sei como isso pode acontecer, mas enfim. O último fator que fez o Palmeiras tornar-se campeão veio nas semifinais
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Vitória contra o Grêmio em Porto Alegre 
O Imortal é muito mais time que o Palmeiras, e isso é ponto pacífico. Na época do confronto, porém, o Grêmio era inconstante: mostrava lampejos do belo time que se tornou com partidas apagadíssimas. Seja como for, vencer o time no Olímpico Monumental é sempre parada duríssima, e o Palmeiras conseguiu isso. Em quatro minutos o Palmeiras fez dois gols em Porto Alegre e selou a classificação para a final. E, por mais que o Coritiba também fosse mais time, o time ficou com cara de campeão após a vitória no sul. 
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A fase atual do time chega a ser desesperadora, é verdade. Mas esses pontos aqui em cima devem sempre ser lembrados, tal qual a campanha nem tão brilhante assim, mas muito aguerrida do Palmeiras na Copa do Brasil de 2012.
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