quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Quando de nada vale o título

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Como qualquer outro dia acordei 7 da manhã. Esse seria diferente. Não poderia voltar a dormir. Teria que me trocar e ir pro fórum municipal. Fazer perícia. Mostrar que sou de fato diabético. Pra prefeitura. Pra continuar ganhando a insulina. Será que é tão difícil ver meus destros e comprovar que chegar a 250 de glicose no sangue não é normal ? Enfim. Fui lá.
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O fórum é interessante. Por fora. Uma bela edificação. Numa região ainda mais arborizada da verde São Caetano. Mas não trago boas lembranças de lá. Algumas audiências da separação dos meus pais lá ocorreram. Fui em algumas. Por não ter com quem ficar. E não é nada legal para uma criança ver pai e mãe se degladiando com alguns insultos por meio de advogados. Fiquei com a parte boa. Preferiria ver a beleza do local ao passado do mesmo.
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Entramos. Ou melhor. Não. Uma mulher mandou esperarmos na parte de fora do fórum. Com aquela voz esnobe. Perícia hoje ? Ela estranhou. O policial permaneceu sentado logo a frente. Imóvel. Com desgosto sentamos lá fora. E ficamos. Ficamos... muito tempo. Cerca de 40 minutos. Até que nos deixassem entrar.
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Quando íamos entrar uma mulher veio falar conosco. O processo estava encerrado. Iria continuar com a insulina de graça. Sem perícia. Por que então havia sido chamado ? A tal mulher se explicou. Disse que a decisão tinha sido tomada ontem. Não havia dado tempo pra informar qualquer pessoa. Compreensível. Mas não menos revoltante. Ok. Minha mãe precisava de um comprovante de comparecimento. A mulher foi providenciar. Mulher não. Samanta. A simpática Samanta. E aqui começa o maior problema.
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A simpatia das pessoas. Ou a falta dela. Samanta nos tratou bem. Mas enquanto estávamos lá fora vimos passar várias pessoas. As mais humildes diziam bom dia. Com toda a simplicidade. Com um sorriso no rosto. Já os engravatados que deveriam dar o exemplo não. Apareciam por detrás dos óculos escuros de cara carrancuda. Não se importando com o mundo que os cerca. Pensando apenas em seu fútil mundo. O café do local é bom. Mas as pessoas sofrem do mal da falta de simpatia.
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Continuo trazendo más lembranças daquele lugar. Ainda mais agora. A falta de honradez para envergar o título que uma pessoa possui é lastimável. Já dizia o Charlie Brown. Eu odeio hipocrisia. Odeio gente chique. Mas... que se foda. Temos que aguenta-las. Por serem de jeito X ou Y. Por terem um círculo social maior que o nosso. Mais dinheiro. E viva a vida.
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Cheguei em casa. Nunca foi tão bom abrir a porta da cozinha. Ver a Ellen dormindo. Acorda-la com um bom dia de irmão feliz em ve-la. Depois de tanta imagem ruim vista. Ligar pra Fundação das Artes. Ser atendido pela Vanessa. Uma qualquer. Sem título algum. Mas que me atendeu cordialmente. Respondeu minhas dúvidas sobre o show do Danilo Gentili. Simples assim. Sem esnobar.
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Não existe título maior que o amor. E hoje não existe número mais bonito que o 150. Parabéns pra nós Limão. (L)
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