quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Chato desde a base

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Jogo emocionante. São Carlos e Santos disputavam ferrenhamente uma vaga para a segunda fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior num jogo no qual o empate dava a classificação pra equipe do interior. Até os 44 minutos do segundo tempo o placar indicava 1x0 pra equipe do litoral. Nesse instante o São Carlos ganha um pênalti.
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Os jogadores se abraçavam, sorriam, suspiravam aliviados. Na cobrança os caipiras empatam e vem das arquibancadas os gritos de " Eliminado ", " Timinho " e " Santos o caralho, lugar de peite é dentro do aquário ", como em todo jogo e como tem que ser.
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No entanto, num erro da zaga sãocarlense, o Santos fez 2x1. O banco de reservas do Peixe levanta, comemora, se abraça, vira pras arquibancadas e cala subitamente todos os gritos, com gestos dos mais variados. Os jogadores titulares e até mesmo o técnico Narciso ( que passou até pela seleção brasileira ) fazem o mesmo. O juiz expulsa um atleta alvinegro, para punir todos os demais, e para não punir todos.
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Covarde ! Não se pode nem mais responder as provocações na mesma moeda ? Não se pode mais tirar onda com quem perdeu, ou com quem tá pior ? Isso é ridículo. O futebol fica mais chato a cada dia que passa, e, como podemos confirmar com esse episódio de hoje, desde a base.
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Além de aprender a tocar, chutar, se movimentar, correr e desempenhar seu papel tático na equipe, o jogador precisa aprender a lidar com suas emoções na categoria de base. Respeitar e não partir pra violência quando perde, e fazer com que o adversário entre na pilha quando vence.
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Além de tudo isso... onde fica a graça do esporte mais popular do mundo com isso ? Cadê o futebol moleque, a brincadeira, a emoção ? Tudo isso vai acabando, e vemos uma eurocentrização fria e chata do jogo.
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Eu, definitivamente, queria viver a época do futebol esporte, e não do futebol business. Época das brincadeiras e tiração de sarro. Época da graça, da alegria, da descontração. Época de quando o futebol merecia assim ser chamado.
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