segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Paulo Machado de Carvalho

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Bem pouco tempo átras, comecei a ler " O Marechal da Vitória ", de Tom Cardoso e Roberto Rockmann, livro sobre o lendário empresário e cartola esportivo citado. Cartola não, dirigente esportivo, pois a primeira palavra é um tanto quanto depreciativa para falar da imponente figura do doutor Paulo. Na realidade, qualquer palavra é pequena perto de sua figura.
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É fascinante a história do homem que, à contragosto de toda a sua família, erguei um império da comunicação que reunia rádios e televisões. A criação das Emissoras Unidas, os mais diversos gêneros jornalísticos no qual ele se especializou, seu instinto, sua cumplicidade para com seus funcionários, sua simpatia, seu conhecimento de causa em tudo... seu jeito humano de lidar com todos e viver. É fascinante.
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Gostei também de ver sua participação em eventos como a Revolução Constitucionalista de 32, o Golpe Militar de 64 e a criação dos Festivais de MPB - mesmo que as motivações tivessem sido muito mais de cunho empresarial. Nas suas empresas também revelou-se grandes profissionais da comunicação brasileira, como Isaurinha Garcia, Ronald Golias e Roberto Carlos, ícones até hoje.
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Como se não bastassem todos esses feitos, Paulo Machado de Carvalho foi o comandante da seleção brasileira bicampeã do mundo em 1958 e 1962 ( após o primeiro título nasceu a alcunha de " Marechal da Vitória ", famosa até hoje ). Antes disso, foi um influente dirigente do São Paulo, seu clube desde menino que adorava acompanhar os jogos da várzea, durante a " era Leônidas ", na qual o tricolor venceu cinco Paulistões em sete anos.
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Sua relação com seus familiares também era notável. Fez de seus filhos e netos grandes empresários no mesmo ramo da comunicação, respeitava as diferenças de seu cunhado, também gestor, e contava com o apoio de sua mulher e seus parentes, que lhe davam confiança e conselhos.
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O livro também destaca suas polêmicas relações com personagens como João Havelange, Walter Clark, Manoel Carlos e Boni, todos reconnhecidíssimos hoje em dia.
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A partir da década de 70, com sucessivos incêndios em suas propriedades e pouco dinheiro em caixa para manter tantas estrelas, iniciou-se o declínio do império. Um fim melancólico para um homem de tal porte.
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Óbvio que não quero terminar como ele, mas quero, e muito, ser como ele.
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