Eram apenas dois jogos e quatro times. Mas haviam duas taças e duas vagas para o SuperBowl na disputa, o que garantia a emoção de ambos os jogos. Por pura coincidência, eram dois jogos com os times de pick número 5 e 2, e um deles envolvia uma das rivalidades mais antigas de todo o futebol americano.
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A rixa citada envolvia Chicago Bears e Green Bay Packers. Os times disputariam a final da NFC no Soldier Field, casa dos ursos. O primeiro tempo foi como o previsto: um show dos empacotadores da Baía Verde, com dois touchdowns e 14x0 no placar, fora de casa. O time, talvez o mais quente atualmente da NFL, ia fazendo muito bem seu papel, mesmo que se, brilho. O terceiro período, sem pontuação, foi um alento para o Bears. No entanto, o time viu seu quarterback, o pífio Jay Cutler, sair contundido, com uma lesão no joelho. O assunto será melhor tratado logo mais. O QB reserva, Todd Collins, não foi bem. O terceiro da principal posição do jogo, Caleb Hanie, entrou e colocou o time de Chicago no jogo novamente. Após 2 touchdowns e uma intercepção ( retornada para TED do Packers ), Hanie poderia entrar pra história do esporte com uma atuação de gala numa final de conferência. No entanto, foi interceptado mais uma vez por Sam Shields e o sonho não se concretizou. Hanie fez bem o seu papel raças ás circunstâncias, e sempre teremos uma dúvida no ar: e se Jay Cutler não saísse contundido ? Na opinião deste que vos escreve, o jogo continuar letárgico e seria bem mais fácil pros cabeças-de-queijo. Mas, sabe-se lá, o imponderável é sempre alimentando em qualquer esporte. Para a torcida do Chicago Bears, porém, existe outra dúvida: a contusão de Jay Cutler era tão séria assim ? O QB é famoso por ser psicologicamente fraco, abater-se com facilidade e ser horrível em passes longos, além de ser muito criticado por muitos dos que acompanham o esporte. Para a torcida dos ursos, o culpado já estava escolhido. A camisa de número 6, de Cutler, foi queimada por muitos ainda no estádio do Soldier Field. No fim das contas, o esperado: Packers no Superbowl, mesmo com toda a pressão no último quarto.
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Do outro lado da chave, a final da AFC reunia o Pittsburgh Steelers e o New York Jets, no Heinz Field, em Pittsburgh. O time da casa começou atropelando, fazendo 3 touchdowns e um field goal no primeiro tempo, impondo um sonoro 24x3 em seus domínios. O técnico do Jets, Rex Ryan, acordou todo o time no intervalo, e os jatos vieram com tudo. A defesa nova-iorquina foi irretocável, e Mark Sanchez parecia outro quarterback. Após um TD e oito minutos numa campanha sem pontos, a equipe da Big Apple conseguiu um safety por turnover, conseguindo dois pontos e a posse de bola, deixando o jogo elétrico. Essa campanha foi bem aproveitada pelo time ofensivo alviverde, deixando o placar em 24x19 pros metaleiros, a menos de um touchdown de vantagem. O Jets optou por não tentar um onside kick e pagou caro por isso, pois o QB do Steelers, Ben Roethlisberger, conseguiu todas as descidas necessárias para ajoelhar e sacramentar a vitória. Impressionante ver que o time da casa simplesmente não pontuou no segundo tempo, com uma defesa tão boa quanto a do time de Pittsburgh, a melhor da NFL em estatísticas.
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Projetando o Superbowl, creio que o Steelers é favorito. A defesa é sólida demais, ainda mais com a temporada irretocável de Troy Polamalu. O ataque também é bom, mas sore com a inconstância e com a inoperância dos recebedores e corredores do time, que deixam Big Ben a ver navios. Para a sorte do campeão da AFC, a defesa do Green Bay Packers não é das mais chamativas da NFL. O ataque sim é espetacular, em grande fase e com o quarterback Aaron Rodgers fazendo chover por onde passa. O duelo mais interessante do jogo, certamente, será dos lançamentos de A. Rod contra o sempre atento Polamalu. Com isso, o ataque dos metaleiros pode, aos poucos, pontuar e abrir boa vantagem. Mas nunca duvide da história dos cabeças-de-queijo nem de sua atual fase, simplesmente embasbacante. Vai ser um Superbowl, novamente e como todos os outros, de tirar o fôlego.