quarta-feira, 8 de junho de 2011

Eu sou geração Ronaldo

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Tiago Leifert assim fechou a última edição do Globo Esporte com Ronaldo Fenômeno ainda como jogador de futebol. Como mandava a data, o programa foi especial, apresentado diretamente do Pacaembu, palco da despedida do eterno 9 com a seleção brasileira. Nada mais justo que a homenagem. Quatro palavras que exprimem o sentimento de muitos adolescentes que cresceram vendo suas atuações magistrais, e este que vos fala é um deles.
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Ronaldo foi o maior jogador que eu vi jogar. E eu vi Zidane, Figo, Klinsmann, Xavi, Raúl, Hagi, Stoichkov, Kaká, Rivaldo. Ele foi melhor que todos. Não só no campo, com suas arrancadas, suas finalizações precisas, sua vontade, sua visão de jogo. Ele é, antes de tudo, um exemplo. Desses que aparecem para o planeta de muito em muito tempo, provando a todos que não há adversidade que não possa ser superada. Que a desconfiança deve ser canalisada e transformada em garra. Que o impossível não existe. Que se o pior é o único cenário, duvide. Lute, guerreie. Só é derrotado quem perde sem lutar.
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Ronaldo lutou. A vida do Fenômeno foi calcada em voltar por cima. Não uma, duas ou dez. Tudo, literalmente cada passo do craque foi uma vitória de proporções gigantes.
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Quando veio a primeira contusão, ninguém duvidava de nada. Todos sabiam que a contusão no joelho era complicada, bem como todas no joelho; que ele voltaria e que continuaria jogando o fino da bola. A desconfiança surgiu quando veio a segunda contusão, aos olhos do mundo, para quem quisesse ver, no Lazio x Inter. A primeira partida de Ronaldo após a primeira operação poderia selar o fim da carreira do jogador, como foi muito veiculado. A imagem, chocante, amedrontou o planeta. Com os dois joelhos baleados, Ronaldo não teria futuro algum.
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Ele voltou. Provou que, mais do que um exemplo de superação, é um iluminado. Carregou nas costas, mesmo com seus joelhos operados, a seleção que deu o pentacampeonato para o Brasil na Copa do Mundo de 2002. Na volta aos gramados com a camisa de um clube, estreiou naquele galático Real Madrid marcando dois gols no 4x2 ante o Alavés. Era a apoteose, a confirmação da eternidade.
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Após ir para o Milan, veio a terceira contusão, outra que o mundo viu. Já acima do peso graças ao hipotireoidismo, todos sentenciaram o fim daquela carreira que conseguiu ter muitos mais altos, mas que terminaria justamente graças a maior baixa que um atleta pode ter.
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Não foi assim. Voltou para seu país, estreiou quase marcando gol e, tal qual um roteiro de filme hollywoodiano, marcou no último minuto do primeiro clássico disputado, e de cabeça, o que não sua especialidade. Ganhou dois títulos em um semestre e coroou sua carreira mágica. Carreira que, apesar dos pesares, foi muito mais e melhor acompanhada por amantes do futebol que por médicos. Carreira que foi marcada por trocas de clubes rivais, pela eterna briga com a balança, pelas contusões. E, principalmente, por uma vontade de dar a volta por cima tocante. E vontade de ser o melhor. Ele conseguiu isso.
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Ronaldo é gol. É raça, é vontade, é craque, é exemplo. É o melhor.
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