quinta-feira, 30 de junho de 2011

Aleatoriedades

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Meu sonho foi estranho hoje. Sonhei que, pela enésima sétima vez, estava na Pousada do Rio Quente, com minha mãe e minha irmã. Ia encontrar a Fêr e, para isso, estava me arrumando. Eu estava ansioso, parecia uma criança ao receer a notícia de que iria ganhar um doce jamais degustado. A suíte era uma verdadeira mansão, branca, com dois andares, imensa e cheia de espelhos moderninhos. O cômodo parecia projetado para a CasaCor. Eu me arrumei uma série de vezes, me desarrumei... tudo para ficar com uma camisa branca, shorts jeans e chinelo havaianas. Fui sozinho, encontrei-a e você tava linda, com um vestido branco até um pouco abaixo do joelho, de rasteirinha, óculos e uma flor amarela na orelha esquerda. Garoava, mas fazia muito calor. Dei as mãos pra ela e saímos andando pelo parque, conversando por boas horas. Mas foi uma conversa tão pura, tão simples, tão aberta, tão engraçada e tão harmônica que valeu por qualquer outra coisa que tivesse rolado. Ao chegarmos numa espécie de piscina natural, deitamos no deck e continuamos a conversa, como sempre fazemos no MSN. Rindo, contando nossas vidas, etc. Até que você deitou no meu peito e nós dormimos lá. Foi isso... não teve sequer um beijo, o que não deixa de ser irônico num sonho com ela. Mas foi tão puro e tão bom que valeu por qualquer outra coisa.
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Estava acostumado a acordar meio-dia. Acordar 6h sem nem ter dormido direito foi um parto, ainda mais com esse frio sulsancaetanense. Imagine então estar 7h na estação Prefeito Saladino com esse clima. O pior: graças a hora, o trem estava lotado. Entrei empurrando e dando montinho em quem viesse pela frente. Ainda por cima fui jogado ( esse é o termo certo, jogado ) para a porta. A cada estação, tinha que me recolocar no vagão. Ao chegar no Brás e ir para a linha vermelha do metrô, sabia que a situação seria semelhante. Esperei dois tatus passarem, e, no terceiro, entrei da mesma forma que a usada para adentrar o trem. Sorte que a linha azul e todo o percurso de volta estavam mais tranquilos.
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Acho os prédios do centro de São Paulo, todos em granito e, ao menos no estilo, provavelmente do fim do século XIX, lindos. Eles carregam consigo um ar de história que nenhuma outra região no país tem. O largo São Bento, aliás, é lindo. Todos aqueels prédios históricos, a vista da Porto Geral e o boulevard que leva pra inspiradora Avenida São João. Nela há bares que levam endinheirados que trabalham no local, uma livraria fora de série da Imprensa Oficial e corporações de engraxates, como nos anos 30. Um banho de nostalgia. por ser São Paulo, havia também um mendigo embaixo duma cabine de telefone antigo, o que fez alguns turistas japoneses tirarem foto da situação inusitada.
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O curso da Bovespa, para gerenciar suas finanças, é muito interessante. A professora Tércia é séria, carioca e suas piadinhas são tão bobinhas que me fizeram dar risada. A metodologia é interessantíssima, usa estudos e pesquisas de economsitas e institutos consagrados e é bem profundo - como eu já imaginava, afinal, das 9h até às 16h é pra poucos.
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Mas a Bovespa não é essa Coca-Cola toda. Falta organização para dar um curso simples. A entrada era liberada em cima da hora, mal dava tempo parar ir ao banheiro ou beber água. Mas não deixava de ser engraçado ver os engravatados economistas no meio das pessoas que faziam o curso, que, embora bem-vestidas, destoavam totalmente da formalidade dos correntistas. Eu inclusive, que estava vestido com minha jaqueta do Washington Redskins, da NFL, amarela e marrom. Falando nisso...
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Um evento estava prestes a acontecer, da Qualicorp, que iria receber seus clientes top VIP num salão especial da Bovespa. Na porta da bolsa, três hostess recepcionavam os clientes. Ao chegar, fui me informar com uma atendente da BMeF sobreo curso, coisas gerais mesmo para que tinha acabado de chegar. Uma das hostess começou a me olhar e a rir, discretamente. Quando me dei conta, fiquei fulo, mas não ia perder a cabeça... engoli cada risinho tímido dela. A atendente chamou quem ia fazer o curso, e, quando cheguei no balcão, a hostess se aproximou de mim, com aquele sorriso de quem vai depreciar alguém, e falou:
- Acho que você se esqueceu que na Bovespa as pessoas vem de traje formal, paletó e gravata...
Não me fiz de rogado:
- Acho que você esqueceu a educação em casa...
A hostess afastou-se e ficou carrancuda o resto do dia, como me disse a atendente.
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Almocei no restaurante Stock, da rua Três de Dezembro, no largo São Bento. Foi o almoço mais incomum que já tive. A carne tinha ótimo gosto, mas estava vermelha... deixei passar. A calabresa estava fria e o arroz estava empedrado, embora de bom paladar. A banana estava mais verde que o incrível Hulk, azeda e dura. E o pastelzinho de queijo... ah, o pastelzinho de queijo. É um caso totalmente a parte. Normalmente, pastéis tem fatias de queijo ao longo de toda a massa. Esse não. Tinha uma espécie de tablete de mussarela que cobria pouco menos de 1/4 do pastel. A massa ficava praticamente vazia só com aquele pedaço com recheio. Mas isso não foi o mais inusitado no Stock.
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Ao pagar ( R$15,60 num prato que tinha pouca comida ), paguei com uma nota de R$20. O velhinho do caixa me deu as cédulas e falou obrigado. Olhei para a cara dele e falei:
- Olha, tão faltando 4o centavos...
- Aqui nós não pagamos o troco com as moedinhas.
Eu ri. Como isso era possível ? Era um absurdo completo, algo inimaginável.
- O quê ? HAHAHA... senhor, existe algo chamado ProCon e também o código de defesa do consumidor. Não sei como, mas o senhor vai me dar esses 40 centavos.
O velho se revoltou e falou poucas e boas para mim. O clima ficou tenso, mas nenhum atacou o outro. Chamei o policial e, enfim, consegui meus 40 centavos. Fiquei me perguntando se todo aquele climão valeu os 40 centavos. Pensei que em 2009 consegui mais de R$200 em moedas e respondi afirmativamente para mim mesmo.
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Precisei falar hoje com a minha mãe sobre um assunto mais sério. Sempre que eu falo algo de futebol, na verdade, quero falar algo mais sério com ela. E eu tô a cada dia mais confuso.
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Lembra da história do azul e do vermelho ? Em cada viagem de metrô peguei duas estações vermelhas e uma azul. Estranho...
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