terça-feira, 28 de junho de 2011

Festival de Parintins

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Todos que me conhecem sabem o quanto eu gosto da cultura folclórica brasileira. Escolas de samba, carnaval, frevo, blocos, cordões... nada mais normal que eu também gostasse do festival do boi-bumbá de Parintins. Demorei um pouco mais pra descobrir essa maravilha amazônica, mas, a partir do descobrimento, foi amor à primeira vista. Alegorias, toadas, percussão, tradição... e a torcida vale ponto ! Algo que eu sempre desejei em outros eventos dos quais gosto, ver o povo sendo reconhecido como parte do que é feito pelo que os une.
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Esse ano novamente acompanhei as três noites do festival, torcendo pro meu boi Caprichoso. Acompanhei com mais afinco que outros anos, cantando as toadas, analisando os rituais do boi azul e do boi rival ( o qual não se fala o nome, por questão de rivalidade entre as torcidas ), e, claro, pulando em casa, para desespero dos vizinhos.
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Mas, concomitantemente ao festival, alguns fatos aconteceram, que nada tem a ver com os bois. Algumas pessoas vieram falar comigo e me falaram algumas coisas improtantes, as quais eu até já tinha pensando, mas não tinha me tocado ou não me permiti sonhar por uma série de fatores. O problema é que quando você tem a certeza, você fica encucado, remoendo, coçando a cabeça... enquanto eu bradava aos quatro cantos as toadas amazônicas, as conversas iam deixando isso bem claro.
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Como já disse, sou torcedor do Caprichoso, o boi azul. Gosto sempre de destacar a cor do boi pois foi ela quem me fez começar a ter simpatia pela agremiação, graças a cor. Quem me conhece sabe que é a minha cor favorita, e ela em mim desperta um encanto fora do comum. É uma cor sóbria, que desperta tranquilidade... é uma cor que, modéstia a parte, combina comigo. Mas o boi rival tem a cor vermelha, da emoção, da intensidade, da ofegação, da falta de fôlego. E essas conversas despertavam em mim sentimentos bem mais vermelhos que azuis.
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Eu queria o azul. Queria a serenidade, a calmaria. Mas, por uma estranheza, o vermelho me entretinha mais, era algo que parecia melhor, mais vivo, mais intenso. Foram três noites vermelhas, principalmente após o azul mostrar-se tão insensível comigo.
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Infelizmente, em Parintins, o rival venceu, por dois décimos. Diferença pequena, mas que custou ao Caprichoso o bicampeonato. Paciência, ano que vem tem outro - por mais que eu ache que o conjunto plástico do meu boi foi bem superior ao do rival, e que as notas dadas pelos jurados para o imperador azul David Assayag foram injustas. Mas, na disputa pessoal entre o azul e o vermelho... o vermelho deu de goleada no fim de semana, por tudo o que foi-me dito
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" Eu sou, eu sou, eu sou filho dessa terra
Eu sou, eu sou, eu sou Caprichoso
Eu sou a raça, eu sou o amor
A voz que ecoa o meu cantar
Eu sou, eu sou...
EU SOU CAPRICHOSO ! "
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