sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Apenas um motivo pra compreender o impossível

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Sei que a vida de ninguém e nem a de nenhum dos meus amigos é perfeita. No entanto nunca vi motivos pra alguns deles ( uma em especial ) praticamente se auto-mutilar. Mesmo não entendendo eu compreendia. Sim... existe diferença. A alguns minutos átras eu entendi por que compreendo.
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Por não fazer nada ( e quando eu digo nada é a ausência total de atividades motoras ) comecei a olhar meu dedo. Nada demais. Fui o alisando. Minhas unhas entraram em contato com a minha pele. Comecei. Cinco minutos depois aquele ponto branco de tez levantada surgiu. O abri. E assim foi indo. Tirei alguns bifes. No fim das contas um verdadeiro rombo em carne viva surgiu no meu indicador esquerdo. Bem na região onde costumo teclar no PC. Com o teclar o dedo expeliu pus e algum sangue.
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Esse é um hábito que tenho desde pequeno. Lembro-me com 6 anos E alguns dedos com até 3 bifes grandes. Com a pré-adolescência isso só foi piorando. O auge foi atingido ao começar a fazer violão e o consequente crescimento das unhas da mão direita. Para não prejudicar a execução do instrumento musical arrancava a carne rente e de frente a unha. Doía por um bom tempo e convivia mais com band-aids que sem. Esse ano com a correria perdi tal hábito e meus dedos ficaram bonitos. Ao parar de ir a escola isso voltou.
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Eu nunca entendi o porque de fazer isso. Ao ser interrogado pelos meus pais falava que era o tédio. Mas hoje me dei conta. O tédio bate em momentos de solidão e no meu caso relembrando de coisas boas após elas terem acontecido. Matei a charada.
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Relembrando o que a " uma em especial " me disse pessoalmente: " Eu me sinto tão vazia que eu tenho que fazer essas coisas sabe ? ". Sei sim... sei bem. Claro que um dedo não se compara a partes inteiras do corpo. Mas a causa é a mesma. A minha é apenas mais branda.
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Talvez descobri a chave de conviver tão " bem " com esse tipo de coisa. Até as maiores diferenças tem as suas semelhanças.
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