quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Delta humor

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Parece que comigo as palavras felicidade e tristeza ssão separadas por uma tênue linha. Não é o meu humor que muda. É o humor dos que me rodeiam. A frequência de notícias ruins que eu recebo também ajuda claro. Mas segundo a tese naturalista o meio faz o homem. E segundo a minha tese as pessoas desse meio te fazem.
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Já havia sido convidado pra ir no show do Jorge Ben Jor. O show seria realizado numa quarta e me falaram do show segunda. Por ser de graça não havia problemas com compras de ingressos. Bastava apenas ir pra Cardeal Arcoverde e apreciar. Fácil. Não tão fácil quando se tem a minha mãe. Sabe-se lá por que deixei para falar com a pessoa apenas após o Bruno me ligar perguntando se eu iria no show. Não sei se foi o fato de ser o Bruno mas ela permitiu minha ida sem maiores problemas.
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Era bom demais pra ser verdade. O show era de graça. A praça deveria estar lotada de gente feia e fedendo. Para minha surpresa o local estava cheio. Mas com espaço o suficiente para não termos nenhum incidente. E embora haviam os pelegos e fubangas notava-se gente bonita também.
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Sobre o show não preciso dizer nada. Era Jorge Ben Jor. Era o samba rock. Era a alegria dum país tropical abençoado por deus e bonito por natureza na minha cidade. Conhecia alguma parte das músicas. Por ser o primeiro show que fui dele senti toda a energia que incendiou o centro de Fio Maravilha, País Tropical, W/Brasil, A Banda do Zé Pretinho e Alcohol. Gostei muito das versões de Santa Clara Clareou e Ponta de Lança Africano. O final da apresentação foi espetacular. Num pot-pourri de sambas-enredo ele tocou o Hino de Exaltação a Mangueira de Chico Buarque e Peguei um ITA no Norte clássico salgueirense de 1993. Depois ainda teve a tão conhecida Taj Mahal que empolgou a todos. De graça claro. Mas não deixou de ser um showzaço.
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Chego em casa e minha mãe depois de um longo e tenebroso inverno faz o leite que eu me habituei a fazer. Sem o cansaço e sem o sabor da minha receita claro. No final das contas foi bom. E a conversa com a limão mais do que pontuar muita coisa me decifrou. Talvez pela primeira vez eu descobri por mim mesmo a razão da minha diferença pros demais.
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Acordo e já sou recebido com a bela notícia de que o Natal será comemorado na casa dos amigos da minha avó. O mesmo do texto anterior. Já é um péssimo presságio. Que fica ainda pior ao ver sua mãe o dia inteiro em casa. E se der pra piorar ainda mais ela resolve fazer uma faxina em Dia de Natal. Tive que arrumar tudo sendo que viria alguém aqui. No final das contas ninguém veio. E até o fim do ano a conhecendo ela me obrigará a fazer isso de novo.
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Meu bom-humor e minha alegria são duradouros. Cheguei a conclusão que o que me deixa irritado são os outros. Sobretudo esses outros que convivem comigo por fingimento que chamam de família. Pros cristão feliz Natal. Pra quem não o é mas mesmo assim acredita em alguma magia nessa data os mesmos votos. Vou fazer o de sempre que tirou de mim a alegria de fim de ano. Claro que graças a terceiros.
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