Nessa quinta-feira, o São Caetano anunciou seu total descontentamento com a prefeitura da cidade graças a questões econômidas, e ameaçou sair da cidade, indo pra outro local. Nos últimos tempos, essa notícia poderia ser transcrita mudando apenas os substantivos próprios de clubes e cidades, mostrando a faceta mais sem-graça e triste do futebol: seu lado capitalistamente selvagem.
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No início do ano, o Grêmio Barueri anunciou sua ruptura com a prefeitura da cidade da Grande São Paulo, e a partir do Braisleirão passou a se denominar Grêmio Prudente, atuando na cidade de Presidente Prudente, extremo oeste paulista. A nova casa abrigaria o clube e concederia o estádio Farahzão ( com capacidade para 44 mil pessoas ) gratuitamente pros jogos da equipe. Recentemente, o consórcio proprietário do Guaratinguetá anunciou que à partir de 2011 o time atuará em Americana por motivos e com benesses semelhantes.
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O Brasil tem equipes como o Olé Brasil e o Pão de Açúcar, inteiramente ligados a empresários dos mais diversos. Hoje em dia muitos jogadores não tem mais seus passes ligados aos clubes, mas sim a grupos empresariais como a Traffic ou o Sendas, pra ficar nos mais famosos. O problema não é restrito ao país tupiniquim, pois em outros países existem casos curiosos de clubes que não jogam pela equipe, mesmo tendo seu nome no elenco, ou até mesmo de clubes que não existem. Os uruguaios Deportivo Maldonado e Rentistas, bem como os suíços Locarno e Bellinzona, integram tal grupo. A Traffic, já citada aqui, pretende comprar o Estoril, da segunda divisão portuguesa, dando novas dimensões ao futebol de mercado.
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Nos esportes americanos, é normal vermos uma franquia mudar de cidade. Repito: franquia. Franquia, por si só, já é um nome ligado ao mundo business, e não ao esportivo tradicional. O futebol brasileiro mostra-se cada dia mais falido - econômico e moralmente - conforme vê-se os times deixando de lado suas origens por qualquer tostão.