quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Pra fugir do nosso mundo

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Sempre ouvi que todos, em geral, precisam ler mais. Falam dos benefícios da leitura, falam o quão melhores ficamos e falam também do que estamos deixando de ser/fazer/esse tipo de coisa lendo cada vez menos. Concordo em partes com esse tipo de afirmação. Não sou catastrofista e acho que poderíamos ler mais sim, mas não acho que lemos pouco. O problema, ao meu ver, está no que lemos. 
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Sempre vejo muitas pessoas com um livro na mão, mas quase todos são de ficção. É raro ver alguém lendo uma biografia, um livro sobre sociologiahistória ou até mesmo um livro-reportagem. A sabida falta de interesse nessas áreas mais intelectuais, digamos assim, junta-se ao pouco talento dos autores em construir um enredo minimamente palatável com um estilo de escrita leve e de fácil concepção para qualquer um - quando esse é o interesse do autor ou da autora, claro. 
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Mas vejo muitos livros por aí, em suma. E boa parte desses pertencem a sagas de fantasia, algo criado do âmago e de um lampejo de criatividade de alguém. 
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Ao longo da minha vida, lembro de algumas sagas que marcaram época na literatura - tomo a palavra literatura como algo independente de qualidade enquanto arte, e sim em seu sentido mais comercial. A história do bruxo Harry Potter, da britânica/british J.K. Rowling foi a primeira e principal delas, com uma série de fãs até hoje. Mas não esqueço, por exemplo de O Senhor dos Anéis/The Lord of The Rings, do inglês/english J. R. R. Tolkien. Mais: a saga Crepúsculo/Twilight, da americana/american Stephanie Meyer e todas as histórias do também americano Nicholas Sparks.
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Todos os exemplos que citei tem algo de fantasioso. O mundo da bruxaria, a existência de vampiros e lobos ou até mesmo uma série de criaturas sobrehumanas. Sparks é a exceção à regra, já que suas ficções mostram histórias entre humanos, digamos assim. A exceção fica por conta dele mesmo: seu ritmo quase industrial de criar livros é, por si só, algo sobrenatural - e não quero aqui dizer se gosto ou não disso. 
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Eu gosto de conhecer culturas diferentes, costumes que mal sei que existam e história incríveis. Até por isso sou fã de carteirinha do gênero não-ficção. Mas, ao que parece, sou dos poucos que pensa assim. Como falar mal de quem só quer um pouco de diversão e fugir da realidade ? Querendo ou não ela tá lendo e alimentando outro mundo, interno e bonito, no qual só ela vive e fica feliz. Basta, apenas, lembrar-se que a vida não é fantasia.
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