domingo, 9 de dezembro de 2012

Datena deu o maior exemplo de shownalismo que eu me lembro

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No dia 28 de novembro, o programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, mostrou o "jornalista" José Luiz Datena negociando o final dum sequestro em Diadema, na Grande São Paulo. A situação, que custou cerca de 20 minutos para a emissora, chocou quem viu. Quando uso a palavra "chocou" não quero dar entonações positivas ou negativas (não por enquanto) para o ato, mas pouquíssimas vezes se viu uma situação tão delicada acontecendo na televisão
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Mas, com todo respeito... que vergonha tudo isso. Um sequestro sendo negociado ao vivo é expor o telespectador ao que há de mais bárbaro no planeta, a uma verdadeira violência contra sua moral. O pior é que muitos gostam de "sentir na pele" tudo o que um sequestrador passa ou a "emoção" e a "adrenalina" de sentir-se um policial profissional.
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Mais erros dessa atitude totalmente ridícula de Datena. Colocar isso no ar é premiar um criminoso e deixar isso bem claro para quem está em casa - que pode muito bem pensar "eu sempre quis falar com o Datena, vou sequestrar alguém para conseguir isso". O apresentador também passa uma imagem errada da profissão de policial - e de jornalista também. Para quem gosta de ver esse tipo de programação cheia de sensacionalismo, com todo respeito, falta algo pra se entreter na vida. 
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A situação fica ainda mais vergonhosa para Datena quando lembramos que ele criticou veementemente (e com razão) a tentativa de negociação de Sônia Abrão e do programa A Tarde É Sua, da Rede TV!, do sequestro da garota Eloá Pimentel, entrando em contato com Lindemberg Alves, sequestrador da menina, ao vivo. Valem lembrar que, na época, Zelda Mello (Rede Globo) e um repórter da Folha de S. Paulo também falaram com o meliante.
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Hipocrisia, luta desenfreada por IBOPE... vergonha. Datena deu uma aula de como não se fazer jornalismo, do que não fazer, de como não agir de falta de caráter.  
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