sábado, 27 de agosto de 2011

No caminho errado

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Justin Bieber é midiático, sua música é questionável e não fala nada mais que dramas adolescentes. Seu filme, Never Say Never, é bem feito e mostra o lado humano do popstar, mas, em suma, também é a síntese perfeita de tudo o que ele representa: um menino pelo qual as teens dariam a vida - e nada mais.
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O filme é muito bom ao mostrar o lado humano de Justin. Sua paixão por esportes é grande, tanto que ele jogou futebol e baseball; é, até hoje, exímio jogador de basquete e é torcedor fanático do Toronto Maple Leafs, time da NHL - tanto que o emblema do time é seu papel de parede no quarto. Interessante ver também que desde pequeno ele gosta de música, sobretudo guitarra e percussão - bateria, aliás, é seu instrumento favorito, no qual ele se arrisca, satisfatoriamente, até hoje. Mas duas cenas, em especla, me chamaram a atenção. A primeira é ele chegando em casa como um qualquer após um show e indo dormir no seu quarto, como qualquer adolescente, ouvindo a mãe falar-lhe algo. Outra é um reencontro com suas origens. A primeira aparição pública de Bieber de sucesso foi nas escadas de um restaurante, tocando violão. No local, num dia qualquer, uma menina tocava violino, tentando ter o mesmo destino. Justin aparece, a menina fica chocada e ele diz que começou sua carreira lá, incentivando-a. Muito bonito da parte dele. O filme tamém não deixa de lado a preocupação do garoto com seu sabelo, mostrando-o secando dum jeito peculiar e, em certo ponto, até tratando de suas madeixas com algum tom de ironia. Tudo isso sem esquecer da família, sempre destacando o quanto Justin é próximo do avô.
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Falando do músico Justin Bieber, destaque para o quanto ele divulgou seu primeiro single, One Time. Foi a vários rádios, diversos programas de TV e fez propaganda aonde podia para todos ouvirem sua música. Também é destacável e curioso ( mas pouco elogiável ) suas influências: ele não aparece com nada relacionado a Beatles, Madonna ou Michael Jackson, mas aparece cantando músicas de Ne-Yo e com Miley Cyrus, Willow Smith, Usher e Snoop Dogg. No mínimo questionável as opções do canadense. O filme também mostra mulheres de todas as idades falando sobre o quão são tietes de JB, mostrando o quanto seu corpo de fãs é imenso e fiel.
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O filme culmina no show de Justin Bieber no Maddison Square Garden, templo nova-iorquino da música. Conforme o show chega, pode ser sentido certo tom de apreensão no filme, para dar ares dramáticos e épicos ao show. O filme mostra a repercussão antes desse show ( até a família Obama falou sobre isso ) e algumas músicas do show em si. O final do filme é tedioso, mostrando o concerto xoxo e de músicas sem profundidade nenhuma do cantor. Fica a lembrança dum filme que tem efeitos especiais na medida certa e muito bem feito pela MTV Films, que deu vida a um artista amado e contestado na mesma intensidade - e o show mostra porque as críticas existem em demasia, com certa razão.
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O filme, no final das contas, é a síntese perfeita de Bieber: midiático, bem produzido e bem feito, mas sem tanta profundidade. Para Bieber não falta talento, mas falta cultura musical. Quem lamenta é a música.
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