terça-feira, 9 de agosto de 2011

London calling

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" London calling to the faraway towns
Now that war is declared and battle come down
London calling to the underworld
Come out of the cupboard all you boys and girls
London calling now don't look at us "
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Londres chamou. Mais do que isso, Londres conclamou e fez eclodir novas revoltas sociais na Europa. Tudo começou com a morte de um adolescente mal explicada ( na realidade, nem um pouco explicada, pois a polícia londrina não deu nenhuma declaração até agora sobre o ocorrido ) no bairro de Tottenham, zona norte da cidade. Esse foi apenas o estopim para um movimento que é muito maior que isso.
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Tal qual as greves francesas de 2010 e os episódios na Grécia, o tumulto tem razões econômico-sociais. Desde a crise imobiliária americana de 2008/2009, os governos de todo o planeta apertaram os cintos para a antiga gastança desenfreada. Cada país teve um jeito de segurar a onda, cortando primariamente em um estrato econômico.
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Acontece que, na Europa, o arrocho estatal implicou na quebra duma política consolidada desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a de Bem-Estar Social ( ou, em bom inglês, Welfare State ). Basicamente, o Estado bancava as necessidades triviais da população ( educação, saúde, transporte e segurança pública ) e dava condições para os investimentos privados serem nas demais áreas. Agora, sem investimento nesses filões, o povo se revoltou e foi às ruas.
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Como já dito, o estopim foi a morte do garoto, mas a população já estava revoltada há muito, graças ao apertar de cintos do premiê inglês David Cameron. Os conflitos, que saíram da Zona Norte de Londres, em Croydon, Tottenham e região e foi até oxford Circus, zona turística da cidade, já espalhou-se para outras cidades, como Liverpool, Birmingham e West Bromwich. E a tendência é que toda a Inglaterra fique sitiada logo, pois, além da revolta ser de âmbito nacional, o povo inglês tem um histórico de contestação.
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Os ataques ocorreram justamente na semana na qual várias agências econômicas rebaixaram o rating ( espécie de nota para investidores econômicos aplicarem seu dinheiro ) norte-americano graças ao aumento da dívida do país. Com tudo isso, veio um temor das bolas mundiais, que caíram drasticamente. Soma-se a tudo isso o temor da União Européia quanto aos países endividados não terem condições de escaparem duma moratória. Nesse grupo incluem-se os PIGS - Portugal, Itália, Grécia e Espanha.
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Basta-nos acompanhar o degringolar dos fatos londrinos, e torcer para que os políticos tenha consciência que a área social não pode ser deixada de lado nunca. Talvez a gastança em poderio bélico, em Jogos Olímpicos e em invasões no Oriente Médio sejam bem mais importantes que saúde e educação do povo.
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