quarta-feira, 16 de junho de 2010

Daqueles dias nos quais tudo dá certo

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Ao acordar e colocar o pé no chão, acordei no dia 16 de Junho, aniversário de minha irmã do meio. Graças ao horário no qual acordo, não deu tempo de dar um beijo terno na garota antes de sair de casa. O tempo é curto pra tomar o café, trocar de roupa e tomar o ônibus, sabe como é.
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Aulas chatas de Biologia e Gramática sendo compensadas com o bom jogo entre Chile x Honduras. A vitória chilena já era esperada, claro. Não se esperava era a seleção hondurenha com o mínimo de consistência e com um futebol respeitável, tal qual apresentou. O 1x0 foi pouco prum jogo bom, merecendo mais gols e sendo mantida a diferença de tentos entre ambas as seleções.
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Vem a sempre boa aula de Literatura com o ótimo professor Fernando Thomas, de Literatura. Ao mesmo tempo, se inicia o duelo Espanha x Suíça. O primeiro tempo combinou com a aula: explicando as vertentes do Realismo, a aula ficou presa, truncada e um tanto quanto chata, tal qual a partida, um verdadeiro ataque contra defesa. Ao começar a explicação sobre o livro A Cidade e as Serras, o clima ficou melhor. Mais leve, solto e cheio de graça. A Fúria ia pra frente com tudo. Porém, ainda posso me lembrar do momento no qual era explicada toda a saga de tantos Jacintos do liro, e a seleção suíça fez um gol. Minha comemoração, tão entusiasmada e contida pelo fato de estar na sala de aula, era similar a aula, com todos os presentes rindo e entendendo a matéria. Dali até o fim do jogo, foi só emoção: bola na trave de ambos os lados, a seleção ibérica tentando o gol salvador a qualquer custo... e não conseguiu. A primeira grande zebra da Copa passeou por entre o ferrolho suíço em Durban.
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Após a aula, uma parada proposital na praça. Uma olhada vagarosa na placa da cidade e uma espera parecida com a eternidade pra ter alguns momentos sob o céu de brigadeiro. Palavras engraçadas, riso sincero, momentos divertidos e o que sempre há. Até mesmo o local no qual tudo acontece foi o mesmo, não desprezando-o, muito pelo contrário. Talvez tal encontro tenha sido a mola propulsora dum dia tão feliz. Andar até a minha antiga escola me fez bem, mesmo me deixando cansado. A companhia valeu a pena.
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Depois disso, almoço ( estreiando o cartão do Ticket Alimentação ) e... aula ? Não. É Copa meu caro, e aula à tarde durante a Copa não é bem-vinda nunca. Ainda mais quando uma das seleções com as quais você mais se identifica vai atuar. A Celeste Olímpica sempre tem minha simpatia, mesmo contra o tão simpáticos anfitriões da Copa. Forlán fez no primeiro tempo um golaço. Na segunda metade, após bate-rebate na área, Khune faz pênalti, e o goleiro dos Bafana Bafana é expulso. O mesmo Forlán faz o segundo, após cobrança indefensável, e Alvaro Pereira fecha a vitória muito festejada pelos uruguaios, resultado que os coloca com uma mão na classificação pra segunda fase. Eu, empolgado, dançava no meio da praça, festejando a vitória, e gozada dos que torciam contra, ou seja, todas as minhas amigas. Clima de Copa é assim mesmo, de pura festa.
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Após algumas conversas, chegar em casa e ver o radiante sorriso da Ellen foi engrandecedor. No abrir dos lábios tão doce e cheio de inocência, desejei tudo aquilo que, por vezes, falta graças aos desgastes do cotidiano. Ela merece. Como dizem meus amigos, ela é muito mais legal que eu. Não preciso de muitas palavras pra demonstrar o meu carinho por ela. A vi anscer, a carreguei no colo, ensinei as primeiras palavras e fiz dela uma pessoa, pouco a pouco, consciente de seu dever cívico e como pessoa querida por todos. Comunicativa, inteligente, espontânea, alegre e sincera. Ela é, enfim, tudo o que eu queria ser.
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E o dia termina como começou: radiante. O cansaço é relevado pela felicidade exacerbada.
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