segunda-feira, 21 de junho de 2010

Uma casa portuguesa, com certeza

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É estranho chegar em casa e só ver minha mãe no sofá. A onipresente Ellen estando há milhares de quilômetros, sem suas falas sem fim e sua implicância cotidiana fazem falta, à sua maneira. Ir dormir de mal com a vida e adentrar a casa da sua avó, sombria e fria, idem. Fazer o destro e tomar o leite com toda a liberdade do mundo, acendendo as luzes como bem quiser e tudo mais traz à tona o mais luso dos sentimentos: a saudade.
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Acordo, já na segunda-feira. Dormi na cama da Ellen, presente em solo português, graças a bagunça no meu quarto. Camisa de Portugal trajada, cachecol da seleção rubroverde na cerviz. Hoje foi dia de Portugal x Coreia do Norte. Numa decisão arriscada, optei por ver o jogo na sala do cursinho, à mercê das emoções que poderiam ser sentidas no jogo. Primeiro tempo ranhido, com superioridade portuguesa mas perigos dos socialistas. Raúl Meirelles aproveitou lançamento espetacular de Tiago para abrir o marcador no primeiro tempo, gol comemorado efusivamente por mim, balançando minha amiga que estava á frente de maneira passional. No intervalo, o 1x0 era magro, mas foi o suficiente pra garantir a metade mais espetacular dessa Copa. Com o resultado adverso, os asiáticos foram pro ataque, dando brechas na defesa. Com isso, Portugal fez massacrantes 6 gols. Simão Sabrosa, Hugo Almeida, Liédson, Cristiano Ronaldo e dois de Tiago fizeram os 7x0 no placar. Vitória convincente da seleção portuguesa, não só pelo resultado.
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Feliz com o resultado, voltei pra aula e acompanhei Chile x Suíça. Quer dizer... ouvia boletins informativos durante os programas na rádio. Apenas soube do grau de volência da partida, com o suíço Behrami expulso e com vários cartões amarelos para conter os ânimos dos atletas. No intervalo, Marcelo Bielsa, técnico do Chile, mostrou que tem estrela. Colocou Valdivia e Mark González no ataque, em duas alterações ousadas, pra dar maior ofensividade ante a seleção da defesa mais sólida do planeta desde 2006. Na jogada do gol dos Rojos, Valdivia deslocou a marcação e o goleiro pro lado direito, cruzando a bola pra González, com o gol aberto, marcar o tento solitário da vitória de 1x0. A seleção andina venceu as duas partidas disputadas e tem vaga na segunda fase praticamente assegurada.
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No primeiro almoço à tarde, feijoada numa tarde fria de segunda-feira, estranhando a falta de movimento de barulho nos cômodos vizinhos. Tempo e condições suficientes pra estudar, fazer lição, pensar na vida e ir até a Auto-Escola, marcar as primeiras aulas práticas, primeiros movimentos, curvas e trocas de marcho guiando um volante e sendo considerado um condutor.
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Tempo suficiente também pra ver o jogo da Espanha. A Fúria veio mordida após a derrota na primeira partida, e queria fazer um bom papel ante o sparren do grupo e, talvez, de toda a Copa do Mundo. Logo no início, David Villa carimbou o travessão. O jogador, aliás, foi, de longe, o principal nome da partida. Abriu o marcador, num golaço no qual tirou três marcadores e chutou no ângulo caindo no chão, fez 2x0, depois de chutar e ver a finalização ser desviada, e ainda errou um pênalti, que poderia transformá-lo no artilheiro do Mundial. Atuação espetacular do camisa 7 espanhol, mas deprimente de Fernando Torres, eterna esperança de gols do país. Jogo sólido da Espanha, mas, contra um adversário tão fraco, poderia ter sido melhor.
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