Em dias normais, após o post nesse singelo local da web, nada mais acontece. É um emaranhado de minutos nos quais tudo se desenha com traços ordinários. Ontem não foi assim. Por poder dormir a hora que eu bem entedesse, fiquei à toa no twitter. Lá, conheci uma menina. Já a seguia, ela me seguia também, mas só ontem fomos nos comunicar diretamente. Não preciso contar com detalhes, mas ela realmente fez minha alegria durante a madrugada, apenas com seu jeito engraçado. Minhas risadas, contidas e silenciosas, foram a explosão de alegria duma noite monótona.
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Fui dormir por volta das 04:30h da manhã, tarde, muito tarde. Acordei por volta das 08:50h. Dez minutos antes da corrida de hoje. Não iria perder muito caso não visse a F1. Perderia a largada, na qual Webber caiu inúmeras posições. Lamentaria e muito não ver ao vivo a batida fortíssima de Webber em Kovalainen, na qual o australiano alçoou vôo em looping e se chocou violentamente contra a proteção de pneus. Ficaria triste ao ver o azar da Ferrari e sobretudo de Felipe Massa ao não cosneguir entrar no pit stop na hora exata, perdendo a chance de brigar por posições decentes. Acharia estranho tantas punições, seja pra Hamilton ou pro imenso pelotão que o acompanhou após o término da corrida. Também ficaria mal por não ver as duas últimas voltas de Kamui Kobayashi, que, com sua fraca Sauber, ultrapassou Alonso e Buemi. Ademais, tudo na mesma. Vettel venceu, Hamilton e Button o acompanharam. Destaque pra excepcional quarta colocação de Rubens Barrichello, um resultado e tanto pra gigante Williams. Mas... vi tudo a vivo. Não deixou de ser decepcionante. O ronco dos motores, agudos, calaram minha esperança de ver uma corrida emocionante em Valência
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O principal motivo pelo qual queria acordar começou pouco tempo depois. Os hinos não escondiam. Primeiro, Das Lied der Deutschen , o hino alemão, composto pelo grande Haydn. Depois, o inconfudível God Save the Queen, ode inglesa, talvez o único hino de fato clamado por sua torcida. Não adiantou muito. Após erro de Upson, Klose anota o seu 12º gol na história das Copas, igualando a marca de Pelé. A Inglaterra respondeu com Defoe, carimbando a trave de Neuer. Depois, Muller serviu Podolski, e o polaco não titubeou, marcando 2x0. O English Team mostrou então porque era das favoritas pra Copa. Upson descontou de cabeça e Lampard, num golaço, empatou. O juiz não deu, mas falemos disso mais tarde. O segundo tempo veio com pressão total dos britânicos, mas, em dois contra-ataques fulminantes num intervalo de quatro minutos, Muller fez dois e acabou com o sonho do bicampeonato mundial inglês. A Alemanha faz 4x1, e os alemães nas bancadas, em número muito menor, fazem barulho e silenciam a multidão da rainha.
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Mais tarde viria Argentina x México. A sensação da Copa, a seleção sul-americana, entrava como favorita, mas teria o primeiro grande desafio na competição pela frente. E os platinos levaram um susto quando Salcido, ótimo lateral esquerdo mexicano, chutou de muito longe, na trave de Romero. No rebote, Guardado chuta uma bola venenosa, passando rente à trave. Cerca de 15 minutos depois, após confusão na área, Messi lança Tevez, que escora de cabeça pro gol aberto. No replay, ficou nítido a posição irregular, e muitíssimo irregular, do atacante argentino. Novamente, deixemos a confusão pra depois. Sete minutos depois, Osorio, zagueiro da Tri, faz uma lambança e entrega a bola nos pés de Higuaín. O novo artilheiro da Copa do Mundo, com quatro gols, anota e deixa a Argentina com as duas mãos na vaga ante o nervoso e inexperiente time da América do Norte. Na segunda etapa, esperava-se um México muito ofensivo, o que de fato aconteceu, mas sem grandes chances. E quem não faz, como já diz o jargão do futebol, toma. Tevez recebe a bola bem antes da área e manda um chutaço no ângulo de Perez. O 3x0 dos hermanos era quase irrecuparável. Faltando 20 minutos pra partida acabar, Javier Hernández ainda deu esperanças aos astecas, anotando 3x1, resultado final da partida. O jovem México mostrou seu valor, mas também apresentou as consequências das tenras idades de seus selecionados. A euforia argentina era tanta que só se ouvia o barulho dos belos cânticos da Baja Quilombera.
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E os erros de arbitragem, eim ? O chute desferido por Lampard não só entrou como entrou muito, cerca de meio metro. Um golaço subtraído do time inglês. Por ser o de empate, após o início ruim do esquadrão da Inglaterra e logo após o primeiro gol de tal equipe, daria um panorama muitíssimo diferente á partida. Já o gol irregular da Argentina abriu o placar da partida, e foi obtido após muita insistência, no chamado gol chorado. O replay do lance passou no telão do Soccer City, enfurecendo ainda mais os roubados mexicanos. Mesmo assim, o gol foi validado. Dali em diante, o time norte-americano ficou nervoso, não conseguindo mais ter tranquilidade pra nada. Tanto os subordinados da rainha quanto os descendentes dos maias foram prejudicados. Aqui, o fino barulho do apito calou os justos.
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Hoje, após postar aqui, parece que o dia ainda terá emoções. Infelizmente, ruins. Espero o barulho da verdade compreendida, e não o dos berros da intransigência.