quinta-feira, 2 de julho de 2009

O clube mais brasileiro

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Diz o hino do Corinthians a frase do título. Do texto. Mas pode ser da Copa do Brasil também.
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Confesso a vocês. Achava o Inter favorito para a conquista do jogo. E também da competição. Um time equilibradíssimo. Com excelentes jogadores. Um técnico que poucos falam. Mas muito competente. Atletas que sabem ser coadjuvantes das principais estrelas. O melhor time do Brasil. Em tese. No campo tudo muda.
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Aliás. Que campo. O gigante da Beira-Rio pulsava. Eram 50 mil vozes gritando os belos cantos da torcida colorada. O vermelho dos sinalizadores era a cor dominante. Era o sangue que seria dado no gramado. Era o coração que seria entregue no mesmo lugar. A raça de cada um naquele estádio. Tinha um canto mais negro. Alvinegro. Em menor número. Não menos empolgados. O 2x0 em São Paulo mobilizou os corinthianos de todo o país. Faltava esse jogo para o tal grito de " O coringão voltou " enfim ser concretizado. Apenas mais um.
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Os times entram em campo. O Gigante parecia estar desafinado. Primeiramente no hino. A versão ficou estranhíssima. Uma gaita de fole ? Algum outro instrumento de sopro ? Não sei. Ficou horrível. O jogo começou quente. Tapas. Pontapés. E um gol anulado do Corinthians. Era um prenúncio. O mandante parecia ser o Corinthians. O Inter não atacava. Era acuado.
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Nesse momento falo com um amigo meu. Corinthiano. Disse que os paulistas tinham em mãos um imenso diferencial ofensivo. Bolívar, o lateral direito do Inter, sobe demais. Por vezes não volta. Cabia a André Santos aproveitar a avenida em sua frente. Pouco depois sai o gol. Jorge Henrique. de cabeça. Do alto de seus 1,60m. O cruzamento veio da esquerda. De André Santos. E da maneira como tudo se configurava, sairia mais.
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E saiu. Dessa vez o lateral esquerdo corinthiano nem se preocupou em dar uma assistência. Fez ele próprio o segundo tento alvinegro. O pulso do Beira-Rio, que já era próximo de zero, agora estava nulo. Quem movimentava o estádio eram os corinthianos. Imediatamente após o gol do lateral da seleção saiu o grito. Eram favas contadas. Os Gaviões anunciavam. É campeão.
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O segundo tempo trouxe de volta a torcida. A colorada. Eles recomeçaram a cantar. O time voltou mais atento. Mas demorou 25 minutos para Alecssandro descontar. Quatro minutos depois, o mesmo atacante do Inter empatava a partida. Não deu nem tempo para sonhar. Cristian caiu no chão. Simulado algo. A confusão começou. D'Alessandro chamou William pro boxe. O futebol ficou em segundo plano. O argentino era dos melhores colorados na partida. Foi expulso. Estavam sepultadas as chances do sétimo título gaúcho no torneio.
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Ainda cabiam mais expulsões. Elias e Mano Menezes pelo lado do Corinthians. Tite no time anfitrião. Ainda sobrou tempo de ver Ronaldo, sempre tão decisivo, perder um gol feito. Não foi necessário. Ao contrário de Nilmar. Esse precisava. Perdendo dois gols na partida ele me irritou ainda mais. Motivos extracampo.
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O jogo acabou. Talvez fosse mais merecido se o Inter ganhasse. Pela campanha. Pelo time. Mas ontem o Corinthians mereceu. Muito. Jogou demais. O Inter fez de sua casa uma arma. E cometeu o suicídio. Viu o lado corinthiano fazer o que bem quisesse com os colorados. Como em 2005. O Coringão voltou. Só a freguesia continua. A Libertadores no centenário está garantida. Se o time for mantido o Corinthians pode sim ganhar a Libertadores. Com 100 anos completos e inteiros. Seria a maior festa que o Brasil poderia presenciar. Que não aconteça.
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A noite se fez mais negra no Rio Grande do Sul. Mais alvinegra. A imensidão escura e toda a claridade da Lua. O pano de fundo perfeito pro triunfo corinthiano. Tricampeão da Copa do Brasil. Eles voltaram. O Coringão ganhou. O Coringão é campeão.
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