sábado, 15 de outubro de 2011

Cidade gaso-maravilhosa

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Um tempo átras, um fenômeno inédito nas grandes cidades começou a acontecer no Rio de Janeiro: bueiros começaram a ir pelos ares na região central da cidade. A explosão de vários desses causou temor por dias e dias em áreas com grande trânsito, como em Copacabana, Rio Branco, Rua da Carioca e na Tijuca. Nessa semana, uma lanchonete também explodiu, essa na praça Tiradentes, também no centro do Rio.
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É incrível como todos esses problemas, graves, tem uma possível causa em comum e que só reflete o descuido carioca com seu centro: gás, mais precisamente o vazamento desse.
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Ok, é bem verdade que não é só o Rio que tem um centro extremamente descuidado. Mas até a dita parte moderna da região central da cidade maravilhosa fica aquém se comparada a de outras cidades. Os prédios da Rio Branco são mais antigos (e tem menos reformas) que os da Paulista ou da Afonso Pena, por exemplo. É necessário agir não só nos prédios, como também nas tubulações, encanamentos e instalações de luz - a Light se responsabilizou por alguns bueiros que explodiram, só não me pergunte porque a companhia elétrica tinha instalações tão próximas de lugares que tem como finalidade passar água.
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O último boom de algum crescimento carioca ocorreu entre os anos 70 e 80, mas foi residencial e rumo a zona sudoeste da cidade, onde hoje está a região da badalada Barra da Tijuca. Por meio das avenidas das Américas e Lúcio Costa, a Barra, o Recreio dos Bandeirantes, Grumari, Guaratiba e etc tornaram-se regiões valorizadas às margens da Lagoa de Marapendi. O governo facilitava a habitação dessas áreas por uma população de alta renda, mas esquecia de revitalizar a Cinelândia ou a Rua do Ouvidor, destinos muito mais tradicionais. Descuidadas, uma hora essa região ia apresentar alguns problemas estruturais (já que os sociais são mais antigos). Calhou de acontecer agora, de uma forma inédita, com esses gases.
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Cabe ao mesmo governo que não olhou para o centro e ajudou na população endinheirada a expandir os limites do Rio voltar a investir no que há de mais básico da região central: bueiros, fiações, conexões elétricas. É o mínimo.
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