Nas eleições de 2010, uma figura pouco usual tomou de assalto a mente dos que queriam um sopro de renovação na política nacional. Uma mulher baixinha, esquálida e morena ganhou a aprovação dum eleitorado que estava louco para se manifestar, mas não via alternativas nem graça nas eternas discussões entre os pseudoliberalistas do PSDB e os pseudosocialistas do PT. Marina Silva ganhou a empatia e o voto de 20 milhões de brasileiros, e, para muitos analistas políticos, a candidata da chamada " terceira via " política venceu as eleições, apesar de nem ter ido para o segundo turno.
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Repare duas coisas: ao falar de Marina Silva, jamais falarei a palavra politicagem. Isso é o que faz os partidos tradicionais e comuns, os mais do mesmo, os nem lá nem cá, os inúteis que são imensa maioria. E repare que é possível ganhar mesmo perdendo, pois, agora, quem quiser vencer eleição terá que olhar pra uma nova turma: a dos jovens que pensam e estão cansados da mesmice na política. Marina abraçou essa turma e representou-os muito bem em 2010.
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Recentemente, Marina Silva desligou-se do PV, sob a alegação de que o partido perdeu a mão e tornou-se outro qualquer na catatônica cena do poder brasileiro. A atitude da acreana deu-se após o presidente do PV, José Luiz Penna, ter prorrogado seu próprio mandato, atitude que a base da sigla sempre condenou.
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Marina Silva mostrou não aceitar conversa quando seu próprio partido, a quem ela praticamente deu vida ano passado, foi contra o que ela justo, ético, democrático e correto. Junto com ela, outros nomes que merecem muito destaque e dos quais eu gosto muito, como Fernando Gabeira e Ricardo Young, saíram do PV. Com eles, vê-se, não tem conversa. Ou se faz o certo ou não se faz nada.
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A candidata declarou que não pretende ingressar em nenhum outro partido, e não pretende concorrer a nenhum cargo nas eleições do ano que vem. Para muitos, não há como organizar um partido até 2012, e talvez essa nem seja a intenção de Marina Silva. Ela sinalizou com a intenção de criar um movimento suprapartidário, algo inovador que nós, brasileiros, talvez nem tenhamos a dimensão do que represente.
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É de políticos assim que precisamos, que não liguem pro poder, mas preocupem-se com o bem comum e com a nação. Cada vez mais me orgulho em dizer que votei em Marina Silva em 2010, e em mais ninguém, pois anulei meu voto no segundo turno. E em 2014, com a senadora já conhecida do grande público, espero ver a esperança, a renovação e a mocidade ocupando um lugar que jamais imaginou ter, pra dar a verdadeira revolução do bem brasileira.