terça-feira, 19 de julho de 2011

A fórmula do sucesso

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Duns tempos pra cá, critica-se demais a nova leva de músicos, ao menos os que colecionam milhares de fãs e aparecem mais na mídia, indo à TV, enchendo as redes sociais de citações para eles, tocam em todas as rádios e tudo mais. As principais críticas giram em torno duma certa homogeneidade nas músicas e nas bandas, o que faria com que apenas um modelo pré-fabricado pelo gosto dos ouvintes e das gravadoras fizesse sucesso. Sabendo disso, o SantaZona comparou duas músicas de estréia de duas bandas que tentam aparecer no cenário nacional: ForFun e CW7. As músicas utilizadas na comparação foram " História de Verão " e " Será Você ", respectivamente.
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Nota-se, realmente, grandes semelhanças entre as duas canções. Ambas começam com um solo de guitarra, com a bateria entrando alguns instantes depois. No início da letra, percebe-se grande destaque para os vocais, deixando a parte instrumental em segundo plano - no caso do ForFun, eles já colocam alguns efeitos de voz na entrada dos versos.
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Na hora dos refrões principais das músicas, percebe-se o predomínio de algumas artimanhas musicais. O CW7 usa alguns recursos sonoros para alterar um pouco a voz da vocalista Amanda Wicthoff, alterando o panorama vocálico que acontecia até o momento. Já o Forfun coloca outras vozes ( no mínimo uma além da do vocal Danilo Cutrim ) para dar uma " mexida na canção.
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Após os refrões, novas semelhanças. Em Será Você, os instrumentos terminam o refrão como uma espécie de " Fade Out ", aos poucos - e a música demora alguns segundos para voltar aos versos, com os intrumentos ao fundo. Já em História de Verão, também há uma pausa após o refrão, o que já havia acontecido na música entre os versos " Eu buzinava alto pra você se envergonhar " e " Nós dois em frente ao 9 ", possivelmente para prender a atenção do ouvinte.
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No espaço entrerrefrões, teoricamente de menor apelo popular, as duas bandas utilizam de subterfúgios para manter o fã atento. Os curitibanos do CW7 dão uma pequena pausa na música, de alguns segundos, mantendo certo suspense sobre o que vai acontecer depois. No mesmo espaço, o som da guitarra aparece com efeitos que a deixam abafada e a voz da vocalista, novamente, sofre distorções produzidas em estúdio. Os cariocas do ForFun também utlizam efeitos vocálicos na faixa, e acrescentam também riffs de guitarra durante um bom tempo antes do refrão.
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Soma-se a isso o fato das letras serem fáceis, com rimas simples e melodias que não desafiam ninguém a cantar as músicas - muito pelo contrário, apenas " chamam " o público. Ao longo das duas canções aparecem barulhos aleatórios, que não são produzidos por instrumentos musicais, como mais um atrativo para quem as ouve.
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Harmonicamente, também notamos semelhanças. O intervalo entre o tom dos acordes das notas é de 3 tempos e meio, e a sequência nas músicas segue inalterada até o refrão, onde o CW7 altera um pouco a estrutura no início, voltando pouco depois ao esquema padrão, alinhando-se com História de Verão.
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Como podem ver, realmente há grandes semelhanças entre as músicas, as duas tidas como primeiros grandes sucessos de bandas com pouco mais de 6 anos de diferença, se contarmos o " estouro " dos primeiros singles. Se essa é uma " fórmula mágica do sucesso ", apenas os artistas e as gravadoras podem dizer. O fato é que quem segue esse passo-a-passo costuma alavancar suas vendagens e suas exposições na mídia.
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Prefiro acreditar que todos tem um mérito, seja escrever vedadeiras obras-primas, seja apontar problemas sociais ou de qualquer outro gênero pela música ou, simplesmente, vender e fazer dinheiro com a música. Mas, ao ver um padrão musical que é sempre seguido, devemos buscar o diferente e passar a pensar no que a mídia tenta nos fazer engolir.
Comentários
1 Comentários

Um comentário :

PCN disse...

Lendo esse texto me lembrei desse vídeo, já viu? http://www.youtube.com/watch?v=5pidokakU4I&feature=player_embedded

Chega a ser impressionante.

E a banda CW7 faz relativo sucesso hoje em dia não pela sua qualidade musical, e sim pelo grande Sr. Maynard, o ali Babá da música brasileira e responsável pelo sucesso de outras bandas questionáveis (famoso também por ser um bom destruidor de gravadoras rs)